O Amor nos Tempos do Cólera [Gabriel García Márquez]
Gabriel García Márquez 19 de fevereiro de 2010 Aline T.K.M. 7 comentários
Definitivamente, uma vez lida, não tenho como deixar passar em branco uma obra de Gabriel García Márquez. Por isto, dedico este post ao livro O Amor nos Tempos do Cólera, que li recentemente e que me mantém encantada até os presentes minutos.
Florentino Ariza, um rapaz puro e simples, apaixona-se ainda na juventude por Fermina Daza, jovem altiva e de gênio bastante forte. Após iniciarem um breve romance através de cartas, seguido de uma viagem de Fermina Daza para visitar sua prima Hildebranda (imposta por seu pai com o objetivo de deixar para trás o romance de juventude), Fermina Daza acaba por rejeitar Florentino Ariza de forma repentina ao retornar de viagem, pois percebe uma discrepância entre a imagem idealizada que nutria e a realidade do homem que encontrou frente a si. Casa-se então com o célebre doutor Juvenal Urbino, o que lhe rende o ingresso à alta sociedade e uma vida estável e de paz.
Já Florentino Ariza, cada vez mais distante de sua amada, preenche sua vida com relações passageiras, enquanto escreve cartas de amor encomendadas por terceiros, cartas que foram capazes de unir jovens casais enquanto seu autor permanecia só em seu inferno privado. Se nas cartas de amor Florentino Ariza colocava todo o seu ser e obtinha êxito, no ofício já não teve a mesma sorte: suas cartas comerciais eram demasiado líricas e assemelhavam-se a cartas de amor. Contudo, Florentino Ariza destacou-se pela perseverança. Ter Fermina Daza converteu-se em seu projeto de vida – o fato de ser casada e com filhos nunca foi obstáculo – e, a partir disto, reuniu força e motivação que o levaram a tornar-se responsável pela Companhia Fluvial do Caribe e, consequentemente, uma figura pública de importância inquestionável. Após meio século de espera febril (51 anos, 9 meses e 4 dias, para ser mais exata), Florentino Ariza reafirma suas juras de amor eterno na primeira noite da viuvez de Fermina Daza, e prova-nos que o amor é imune ao tempo – ainda que as pessoas não o sejam – e que não há idade para amar.
A deliciosa narrativa de Gabriel García Márquez e o retrato mágico do Caribe do século XIX, assolada pelo fantasma do cólera, são dois pontos mais que positivos deste livro. Somemos a eles os acontecimentos fantásticos tão bem costurados à realidade – e por isso são, de fato, reais – e temos uma obra-prima completa. Não posso citar pontos negativos, pois este livro simplesmente não os tem.
Para os mais curiosos, vale a pena conferir o filme O Amor nos Tempos do Cólera (2007), de Mike Newell, que traz Javier Bardem na pele de Florentino Ariza e Fernanda Montenegro vivendo a mãe do protagonista. No entanto, somente indico o filme a título de curiosidade mesmo, já que não há um aprofundamento na relação entre Fermina Daza e o doutor Juvenal Urbino, e nem confere a carga de sentimentos que nos transmite o livro.
Florentino Ariza, um rapaz puro e simples, apaixona-se ainda na juventude por Fermina Daza, jovem altiva e de gênio bastante forte. Após iniciarem um breve romance através de cartas, seguido de uma viagem de Fermina Daza para visitar sua prima Hildebranda (imposta por seu pai com o objetivo de deixar para trás o romance de juventude), Fermina Daza acaba por rejeitar Florentino Ariza de forma repentina ao retornar de viagem, pois percebe uma discrepância entre a imagem idealizada que nutria e a realidade do homem que encontrou frente a si. Casa-se então com o célebre doutor Juvenal Urbino, o que lhe rende o ingresso à alta sociedade e uma vida estável e de paz.
Já Florentino Ariza, cada vez mais distante de sua amada, preenche sua vida com relações passageiras, enquanto escreve cartas de amor encomendadas por terceiros, cartas que foram capazes de unir jovens casais enquanto seu autor permanecia só em seu inferno privado. Se nas cartas de amor Florentino Ariza colocava todo o seu ser e obtinha êxito, no ofício já não teve a mesma sorte: suas cartas comerciais eram demasiado líricas e assemelhavam-se a cartas de amor. Contudo, Florentino Ariza destacou-se pela perseverança. Ter Fermina Daza converteu-se em seu projeto de vida – o fato de ser casada e com filhos nunca foi obstáculo – e, a partir disto, reuniu força e motivação que o levaram a tornar-se responsável pela Companhia Fluvial do Caribe e, consequentemente, uma figura pública de importância inquestionável. Após meio século de espera febril (51 anos, 9 meses e 4 dias, para ser mais exata), Florentino Ariza reafirma suas juras de amor eterno na primeira noite da viuvez de Fermina Daza, e prova-nos que o amor é imune ao tempo – ainda que as pessoas não o sejam – e que não há idade para amar.
A deliciosa narrativa de Gabriel García Márquez e o retrato mágico do Caribe do século XIX, assolada pelo fantasma do cólera, são dois pontos mais que positivos deste livro. Somemos a eles os acontecimentos fantásticos tão bem costurados à realidade – e por isso são, de fato, reais – e temos uma obra-prima completa. Não posso citar pontos negativos, pois este livro simplesmente não os tem.
Para os mais curiosos, vale a pena conferir o filme O Amor nos Tempos do Cólera (2007), de Mike Newell, que traz Javier Bardem na pele de Florentino Ariza e Fernanda Montenegro vivendo a mãe do protagonista. No entanto, somente indico o filme a título de curiosidade mesmo, já que não há um aprofundamento na relação entre Fermina Daza e o doutor Juvenal Urbino, e nem confere a carga de sentimentos que nos transmite o livro.
Título: O Amor nos Tempos do Cólera
Autor(a): Gabriel García Márquez
Ano da obra: 1985