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Vi na Livraria ESPECIAL: PsyVamp - Sua alma, num piscar de olhos

Contos 30 de janeiro de 2012 Aline T.K.M. 5 comentários


Este Vi na Livraria é especial pelo seguinte motivo: tem um conto meu nesta antologia! Pelo menos, é especial para mim! ^^
Confiram abaixo a sinopse do livro.
Em tempo: meu conto chama-se Dança em Gotas.

PSYVAMP - Sua alma, num piscar de olhos, vários autores, Infinitum Libris
SINOPSE: Eles estão em toda parte à procura de alimento. Escolhem suas vítimas e saciam sua fome silenciosamente, sem serem notados. São predadores. Vampiros. Mas não espere por grandes presas e mordidas no pescoço. Esse tipo de vampiro não se alimenta de sangue. Seriam eles bons, malignos ou apenas uma força da natureza? Você se tornaria um deles se pudesse? Ou os combateria, buscando formas de se proteger? Quais as intenções das Ordens Iniciáticas vampíricas? Antologia em ebook com participação de Adriano Siqueira e prefácio de Anny Lucard.

Disponível em e-book.

Ah, adicionem PsyVamp no SKOOB! =)

Anna e o Beijo Francês [Stephanie Perkins]

Literatura norte-americana 25 de janeiro de 2012 Aline T.K.M. 4 comentários

"Isto é tudo o que sei sobre a França: Madeline, Amélie e Moulin Rouge. A Torre Eiffel e o Arco do Triunfo também, embora eu não saiba qual a verdadeira função de nenhum dos dois.”

Anna Oliphant muda-se para Paris, resultado unicamente da decisão de seu pai, um famoso escritor norte-americano, que deseja que a filha estude durante um ano em um colégio interno de elite na Cidade Luz. Mas Anna não gostou nada da ideia, já que sua vida está toda em Atlanta: um emprego, sua melhor amiga e um rolo prestes a virar namoro. Mas em Paris há Étienne St. Clair: bonitão, inteligente, muito carismático e... comprometido. Anna e Étienne acabam se tornando amigos muito próximos e aí tudo fica MUITO complicado.

O que eu posso falar de Anna e o Beijo Francês?!?! Com certeza devo mencionar que é aquele tipo de livro que você lê muito rápido, que te faz adorar e odiar os personagens – ao mesmo tempo! – e que traz momentos de friozinho na barriga.

Ok, vamos ser sérios. O enredo não traz nada de verdadeiramente inovador, além de reunir elementos bastante óbvios: garota encontra garoto em Paris. E, se considerarmos que o garoto em questão é praticamente “perfeito” aos olhos femininos e que temos Paris como pano de fundo (acho que nem preciso comentar nada sobre Paris, né!)... Porém, neste caso, os clichês foram aplicados de maneira positiva, ao invés de simplesmente afundar o livro em uma historinha boba – o que não raro acontece por aí. A autora juntou ingredientes manjados e os transformou em um livro muito gostosinho de ler! A leitura se mostra em um ritmo ideal, e as intrigas acrescentam certo movimento na história, mantendo o livro bem longe do tédio. A narrativa é feita em 1ª pessoa, sob a ótica de Anna.

Basicamente, o enredo é focado em um possível romance entre os protagonistas, mas existem também outras histórias na vida deles, e ainda outras relacionadas aos amigos deles. Estas outras histórias são abordadas no livro, mas não de forma muito aprofundada – também não ficam na superficialidade extrema; diria que nos é mostrado o suficiente. Os personagens são interessantes e conquistam o leitor nos primeiros capítulos. É interessante ver como eles lidam com os altos e baixos entre si, como eles enxergam os obstáculos e os tantos tropeços nessa amizade que vem acompanhada de atração quase que irresistível. Existe entre os protagonistas uma tensãozinha sexual constante, sem ser apelativa ou forçada. Ponto mega positivo.

Infelizmente, encontrei pontos que não me agradaram no livro. Tive a impressão de que a tradução não foi tão cuidadosa assim, e que escaparam errinhos de revisão. Foi uma pena, achei que o livro merecia atenção maior neste quesito. Apesar de tudo, a leitura não sofreu prejuízos imensos.

Mergulhado no universo de fim de adolescência, Anna e o Beijo Francês não é um livro de grandes mensagens, mas é REALMENTE gostoso de ler. O enredo envolve e faz com que seja praticamente impossível largá-lo. Recomendo, com certeza!

P.S. (desnecessário e bastante pessoal): o personagem St. Clair é simpático, mas essa aura toda de perfeição em torno dele não me chamou muito a atenção. Quero dizer, pode ser que a maioria das garotas babe por ele (e certamente foi essa a intenção da autora), mas ele tem um perfil que, na minha concepção, está consideravelmente longe do que eu vejo como atraente.

Título: Anna e o Beijo Francês
Título original: Anna and the French Kiss
Autor(a): Stephanie Perkins
Editora: Novo Conceito
Edição: 2011 – 2ª impressão
Ano da obra: 2010
Páginas: 288

Que tal sair para... LER?!

À la française 19 de janeiro de 2012 Aline T.K.M. 16 comentários

Hoje resolvi falar de um hábito que tenho alimentado cada vez mais: sair para ler. Pode parecer bizarro para alguns, mas acreditem, tem dias em que não há nada melhor que sentar em um café e passar longos momentos na companhia de um bom livro e um expresso bem amarguinho (ou um cappuccino, ou um chá, ou um chocolat viennois...). E posso garantir que um livro – ainda que, sinto muito, não vá encarar seus olhos e dizer algo meigo ou sexy – é uma companhia e tanto. Gosto particularmente daqueles cafés com ambiente mais aconchegante e intimista, poltronas em cantinhos estratégicos. Estes são os melhores, você se larga numa poltrona e as horas passam sem que você perceba.
Chocolat viennois =)

Tão comum hoje em dia são as livrarias que possuem seu próprio café (ou às vezes até um bistrozinho) que, teoricamente, são um convite para folhear livros e revistas à venda no estabelecimento enquanto toma um café e belisca alguma coisa. Digo teoricamente porque, apesar de até frequentar esses lugares, eu nunca levo os livros da loja para dar uma olhada básica enquanto estou na cafeteria – não sei bem por quê... medo de sujar os livros, talvez – e também nunca prestei atenção para ver se alguém de fato o faz.

Agora, uma coisa genial que existe aqui na França é o que se chama café-lecture (ou café-leitura). Cafés (que servem também alguns pratos, além de vinhos e outras bebidinhas) que possuem estantes recheadas de livros e outras publicações para deleite do frequentador. Não há venda de livros, eles estão disponíveis apenas para consulta no próprio local. Infelizmente, esses estabelecimentos não são tão numerosos porque dependem da ajuda de associações e coisas do tipo – os próprios locais são parte de associações –, e ainda da doação facultativa anual de valor simbólico da parte de quem frequenta.

Le Remue-Méninges, na cidade de Saint-Étienne

Les Augustes, em Clermont-Ferrand
Pertíssimo de onde estou morando há um desses simpáticos cafés, o Les Augustes. Nem preciso dizer que sou frequentadora (mas não tão assídua quanto gostaria). Como se não bastassem os livros, ainda há uma ótima programação que vai de música, passando por debates e minipalestras, a leitura de contos e sessões de conversação em língua estrangeira. Também estão à disposição alguns jogos de tabuleiro (infelizmente bastante velhos e faltando peças). Acho delicioso o aspecto peculiar desses lugares; os sofás desbotados, a mobília antiga e as paredes envelhecidas não são atraentes aos olhos de todo mundo. Os frequentadores geralmente são gente mais alternativa, porém é interessante notar que lá é possível achar pessoas de todos os tipos e de todas as idades.

Enfim, sair para ler é algo legal, muito longe de ser um programa para solitários e tristes. Mas quando bate aquela preguiça de tirar o pijama, não há melhor alternativa que fazer você mesmo seu café-leitura. Aquele livro que você está lendo, mais algumas revistas de assuntos diversos e o que mais você quiser (vale até folheto de supermercado... ok, não é para tanto!). Um lugar aconchegante, sem esquecer as bebidas quentes e gostosas – ou até um vinho –, e alguns biscoitos. Ficou inspirado? Eu fiquei, e muito!

Branca como o leite, vermelha como o sangue [Alessandro D’Avenia]

Alessandro D'Avenia 14 de janeiro de 2012 Aline T.K.M. 6 comentários

Leo é um garoto de 16 anos como tantos: adora o papo com os amigos, o futebol-soçaite, as corridas de motoneta e vive em perfeita simbiose com seu iPod. As horas passadas na escola são uma tortura, e os professores “uma espécie protegida que você espera ver definitivamente extinta”. Porém, um jovem professor substituto de história e filosofia mostra-se diferente desde sua chegada: uma luz brilha em seus olhos quando ele explica, quando incita os estudantes a viver intensamente, a buscar o próprio sonho.
Leo sente em si a força de um leão, mas há um inimigo que o aterroriza: o branco. O branco é a ausência; tudo aquilo que em sua vida está ligado à privação e à perda é branco. O vermelho, ao contrário, é a cor do amor, da paixão, do sangue; vermelho é a cor dos cabelos de Beatriz. Quando descobre que Beatriz está doente e que a doença tem a ver com aquele branco que tanto o apavora, Leo deverá escavar profundamente dentro de si, sangrar e renascer, para compreender que os sonhos não podem morrer e para encontrar a coragem de acreditar em algo maior.

Estamos diante de uma história bastante bonita e singela, com personagens que conquistam desde sua primeira aparição. Uma história de amizade e amor, ambos apresentados na forma mais pura que se pode conceber. Existe uma forte veia dramática no enredo, mas que em nenhum momento chega a ser apelativa.

Branca como o leite, vermelha como o sangue é narrado em primeira pessoa – tudo nos é apresentado sob a perspectiva do protagonista, Leo. É interessante perceber como o personagem amadurece durante o pedaço de sua vida que é dividido com o leitor. A sensação que se tem é a de que a história começa com um Leo garoto e termina com um Leo mais maduro – um Leo homem, eu diria.

Apesar dos personagens novinhos (na faixa dos 16 anos) e do ambiente escolar, o livro tem tudo para agradar aos mais adultos também. O tema é denso, mas a história nos é contada com uma leveza incrível, uma simplicidade bela. A leitura, fluida e com capítulos curtos, é marcada por uma linguagem bastante coloquial (lembrando que o narrador é um garoto de 16 anos), mas nem por isso deixa de surpreender com passagens que trazem reflexões profundas. Além disso, a narrativa é recheada de referências à cultura pop, o que acrescenta uma boa dose de diversão ao livro.

Capa da edição italiana
A figura do professor substituto, o Sonhador, tem um papel bastante importante na história. A maneira como ele incita os alunos a ir atrás de respostas que nem sempre podem ser encontradas no Google nos faz perceber que, com atitudes simples, é possível realizar mudanças de proporções enormes. Senti profunda admiração pelo personagem; através de seu papel como professor, ele realmente contribui para formar pessoas melhores.

Uma característica muito legal é a relação que o protagonista faz entre as cores e os sentimentos. Cada cor é associada à essência de determinado sentimento – e, devo dizer, tal forma de expressão funciona tão bem ou até melhor do que se fossem utilizadas palavras apenas.

Termino o review com aquela sensação perturbadora de não ter conseguido expressar o quão especial é este livro. Foi uma leitura que marcou pela delicadeza, principalmente. Inclusive, durante todo o livro, pude ver em minha mente cada cena rodada como um filme. Acredito, de fato, que este livro daria um belo filme (não um sucesso de bilheteria hollywoodiano, mas um destes filmes pendendo para o alternativo, sem grandes ações, em que o principal encontra-se nas entrelinhas).*

Definitivamente, super recomendo o livro! Branca como o leite, vermelha como o sangue é uma leitura que realmente tem algo a dizer; um livro em que nenhum trecho vem de forma gratuita.

É estranho como os sonhos põem a gente em movimento, como uma transfusão de sangue. Como se entrasse em nossas veias o sangue de um super-herói.

*Atualizando: o livro vai virar filme, sim! De produção italiana (ou seja, não será só mais uma adaptação americana), vi que começaram os castings pela internet mesmo; parece que estão recrutando jovens por meio de testes de vídeo. O elenco ainda nem está formado, mas eu já estou ansiosíssima para conferir o filme. =P

Título: Branca como o leite, vermelha como o sangue
Título original: Bianca come il latte, rossa come il sangue
Autor(a): Alessandro D’Avenia
Editora: Bertrand Brasil
Edição: 2011
Ano da obra: 2010
Páginas: 368

L.A. Candy [Lauren Conrad]

Chick-lit 8 de janeiro de 2012 Aline T.K.M. 8 comentários

Um produtor de TV contrata Jane e Scarlett, melhores amigas recém-saídas da escola, para gravar um reality show sobre quatro jovens tentando ganhar a vida em Los Angeles. Scarlett estranha tanta atenção, mas Jane adora ter um bom apartamento e entradas VIP para boates.
Enquanto as garotas experimentam a fama repentina, percebemos os “poréns” da vida de celebridade. Sujeitas à falta de privacidade e às edições um tanto manipuladas das gravações, elas viram centro de uma série de conflitos.


Eis um bom livro para uma leitura rapidinha, para distrair mesmo. L.A. Candy é divertidinho, de leitura leve e fácil, para ler de um fôlego só – pessoalmente, considero-o ideal para “encaixar” entre livros mais complexos.

Mais ou menos como ler uma revista sobre celebridades, ou melhor, realmente assistir a um reality show na TV, L.A. Candy nos mostra como acontecem as gravações de um reality show (que de espontâneo e real não tem lá muita coisa) e o impacto deste na vida das garotas participantes. Claro que conflitos, falsidade e amizades abaladas são ingredientes presentes, e até bem previsíveis, mas nem por isso fazem com que o livro seja um grande e enfadonho clichê. Ok, clichê é uma característica do livro, mas ele não chega nem perto de ser enfadonho.

As personagens caem um pouco no óbvio e são estereotipadas, assim como nos reality shows que vemos por aí. Como o enredo trata de um reality show, é natural que as personagens tenham o perfil de tal tipo de programa. É interessante notar que aqui, dado o fato de estarmos inseridos em um reality show rodado em Los Angeles, as aparências parecem valer zilhões de vezes mais que as essências. Tal aspecto é facilmente percebido nas personagens, que não mostram ao leitor um perfil psicológico altamente delineado e carecem de complexidades. Em contrapartida, a cada momento nos é descrito seu visual com detalhes: roupas, acessórios, cabelo e afins.

Merece destaque a personagem Scarlett, uma beldade inteligente e sem muita frescura de deixar bem claro quando algo não a agrada. Além disso – e aí vai a característica que me conquistou na personagem –, ela curte os livros de Gabriel García Márquez!

Gostei de como o livro mostra a dinâmica e rotina de um reality show, de como tudo pode ser manipulado a ponto de transformar as participantes em verdadeiras personagens de uma historinha engendrada pela produção do programa. O enredo também faz pensar se realmente tal exposição não seria um preço muito alto a pagar em troca de fama e privilégios de uma vida de VIP.

Lauren Conrad, a autora
de L.A. Candy
Além do que acabei de citar logo acima, o que torna L.A. Candy uma leitura particularmente interessante é o fato de Lauren Conrad, a autora, ter participado de reality shows (Laguna Beach: The Real Orange County e The Hills, ambos transmitidos pela MTV). Além de celebridade, Lauren é também designer de moda.
(Confesso que este pequeno parágrafo foi resultado de uma pesquisa rápida, já que antes de ler o livro eu nunca havia ouvido falar em Lauren Conrad.)

O único ponto realmente negativo do livro foi o final. Desacreditei quando li a última página, já que termina totalmente sem conclusão. Tudo bem que o livro faz parte de uma trilogia, mas como leitora, sou da opinião de que cada livro deve trazer um desfecho, mesmo que haja uma continuação. Como gostei do livro, pretendo ler os próximos volumes – bom, o final deste praticamente obriga o leitor a fazê-lo. Porém, se não tivesse achado o livro divertido, terminaria por odiá-lo e a indignação com o final teria sido bem maior.

Para os que apreciam chick-lit, recomendo o livro. L.A. Candy não deixa a desejar e cumpre o papel esperado em relação ao tema abordado. Uma leitura para descontrair. Não adianta esperar nada muito profundo: o livro é recheado de futilidades, sim, mas é divertidinho e prende o leitor!

Título/Título original: L.A. Candy
Autor(a): Lauren Conrad
Editora: Galera Record
Edição: 2011
Ano da obra: 2009
Páginas: 316

5 motivos para ler Clarice Lispector

5 motivos para ler 5 de janeiro de 2012 Aline T.K.M. 8 comentários


CLARICE LISPECTOR nasceu a 10 de dezembro de 1920 em Tchetchelnik, na Ucrânia. Seu nome de batismo era Haia Pinkhasovna Lispector; foi chamada Clarice ao mudar-se com sua família para o Brasil (mais precisamente para Maceió), em 1922. Naturalizada brasileira, Clarice sempre considerou o Brasil como sua verdadeira pátria. Faleceu no Rio de Janeiro, a 9 de dezembro de 1977.

Vamos aos 5 motivos?!

1. Seu primeiro romance, Perto do coração selvagem, surpreendeu a crítica e ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha de melhor romance de estreia, em 1944.

2. Devido ao caráter introspectivo e existencial de sua literatura, Clarice teve seu estilo associado a escritores clássicos e consagrados, como Virginia Woolf e James Joyce – porém ela mesma afirmou nunca tê-los lido antes de escrever seu primeiro romance. Além disso, foi chamada de “Kafka da América Latina” pelo jornal New York Times.

3. Apesar de ser considerada pela crítica brasileira e estrangeira como uma das maiores escritoras do século XX, Clarice Lispector curiosamente se autodenominava amadora. Além de dizer que não escrevia por profissão, ela também recusava o título de intelectual – a autora utilizava da intuição e do instinto, e afirmava que não era uma pessoa de muita cultura.

4. A Hora da Estrela. Isso mesmo; provavelmente todo mundo aqui já ouviu falar da história de Macabéa, uma datilógrafa nordestina que migra para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. Este é, talvez, o romance mais famoso da autora, e foi o último publicado antes de sua morte. Livro sensacional, figura com frequência nas listas de obras obrigatórias dos vestibulares – sem mencionar que, em algum momento do ensino fundamental ou médio, fomos apresentados a esta obra no colégio (felizmente!). Para reforçar ainda mais o quão especial é o livro A Hora da Estrela, sugiro que vejam o filme. Ele ilustra muito bem o livro, vale a pena. (A Hora da Estrela, dirigido por Suzana Amaral, 1985, Brasil.)

5. Além de escritora, Clarice Lispector foi colunista do Jornal do Brasil, do Correio da Manhã e do Diário da Noite. Utilizando-se de pseudônimos, a autora escrevia sobre beleza, moda e comportamento. Também, Clarice escreveu algumas obras destinadas ao público infantil.

PRINCIPAIS OBRAS:
Perto do Coração Selvagem (1943)
Laços de Família (1960) - contos
A Paixão Segundo G.H. (1964)
Água Viva (1973)
A Via Crucis do Corpo (1974) - contos
A Hora da Estrela (1977)

Existem, certamente, bem mais de 5 motivos para ler Clarice. Escolhi-a para este post em função da minha vontade imensa de descobrir mais e mais de suas obras. Eis uma autora que me encantou desde a primeira frase sua que li!

O Quarto de Jacob [Virginia Woolf]

Clássicos 2 de janeiro de 2012 Aline T.K.M. 10 comentários

A tradução é da escritora Lya Luft
Primeiro review de 2012, e não é qualquer review... Um ano que começa com Virginia Woolf tem que ser um bom ano, com certeza!

Com O Quarto de Jacob, Virginia Woolf começa a deixar de lado os modelos tradicionais para aventurar-se em um experimentalismo responsável por seu destaque na literatura mundial.
Acompanhamos a vida de Jacob Flanders, narrada sem contornos claros de começo-meio-fim, os acontecimentos parecem não ter sequência e conexão definidas. De forma introspectiva, são apresentados seus conflitos internos, questionamentos, amores...

Em O Quarto de Jacob tem-se a impressão de que tudo acontece de maneira fugaz. Personagens vêm e vão, assim como na vida real pessoas dividem breves instantes em comum, sem necessariamente seguirem um mesmo caminho. O enredo é quase um "não enredo", visto que a narrativa encontra-se muito mais no nível da consciência; a subjetividade está constantemente presente.

A vida de Jacob é contada sob uma perspectiva bastante subjetiva. Ao leitor são apresentadas diversas peças de um quebra-cabeça que ele próprio deverá montar para obter uma espécie de unidade do que está sendo contado. O aspecto psicológico é bastante forte e doa inigualável riqueza aos personagens. Jacob, em toda a sua introspecção, parece guardar-se em mistério e apresenta nuances diversas, como um enigma que pensamos ser possível decifrar, mas que, na realidade, deciframos apenas parcelas do todo. Os personagens, de forma geral, são riquíssimos nos planos psicológico e das emoções, aspecto que tenho percebido sempre presente ao ler Virginia Woolf.

O Quarto de Jacob não é uma obra “fácil” de ser lida – inclusive, não é uma obra fácil de escrever sobre, e penso que a causa principal deve-se à falta de um enredo delineado e de uma continuidade. Em determinados momentos, não é difícil o leitor desanimar. Mas, da mesma forma como em Rumo ao Farol, uma vez que se pega o ritmo da leitura, o texto flui e percebemos que se trata de uma bela obra que vale muito a pena ser lida.

DICA: não leia O Quarto de Jacob se você acha que a leitura não será feita de forma "seguida". Este não é o tipo de livro para começar a ler, passar dias com ele largado na estante ou esquecido na bolsa, e depois retomar a leitura normalmente. Não dá: vai ser inevitável perder o fio da meada.

Curiosidade: o personagem Jacob Flanders foi inspirado em um dos irmãos da autora, Thoby.

Título: O Quarto de Jacob
Título original: Jacob’s Room
Autor(a): Virginia Woolf
Editora: Novo Século
Edição: 2008
Ano da obra: 1922

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