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3 livros para levar na mala do intercâmbio

Intercâmbio 31 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 11 comentários

Há exatos 3 anos, eu começava os preparativos para o meu primeiro intercâmbio. Parti 3 meses depois, com vários livros na bagagem, escolhidos ao acaso. O único que entrou na mala de propósito foi Dublinenses, do Joyce (review aqui), porque uma vez embarcando rumo a Dublin, achei boa ideia ler uma obra irlandesa que se passasse na minha cidade de destino.

Aqui, porém, resolvi indicar três livros cujo enredo inspira (e muito) aqueles que estão partindo em intercâmbio. Situações que podem acontecer durante a jornada, personagens com muito a ensinar e a aprender, descobertas e autoconhecimento. Enfim, estes títulos podem vir a ser ótimos companheiros de aventura.

Para quem não tem planos de intercâmbio, tais livros ainda podem inspirar e contar muita coisa, já que, independentemente de sair ou não do país, todo mundo passa por mudanças e se vê obrigado a enfrentar o novo em algum momento da vida.


ANNA E O BEIJO FRANCÊS, de Stephanie Perkins
Estar a milhares de quilômetros de casa e se apaixonar não só é uma ideia cheia de romantismo, como é sim algo que pode acontecer – e acontece – de verdade. Anna e o Beijo Francês traz todo esse clima de estudar no exterior (Paris... tem cenário mais perfeito?), as novidades e a questão da adaptação, além de um garoto considerado irresistível que se apaixona pela protagonista. Eis um livro que é presença obrigatória na mala de toda intercambista, principalmente as solteiras. Vale também para quem for mudar de cidade, de escola, ou simplesmente passar férias longe de casa. Porque, é fato, o coração bate mais forte quando menos se espera. E aquela aventura sazonal pode surpreender e acabar virando algo mais sério... Review aqui.


A TRAMA DO CASAMENTO, de Jeffrey Eugenides
Não é a primeira vez que falo deste livro. Citei-o há pouco como uma das melhores leituras de 2012 e não é para menos. Perfeito para todo e qualquer intercambista, A trama do casamento fala daquelas incertezas pós-faculdade, da necessidade de conhecer a essência de si mesmo, e também do amor. São assuntos que geralmente povoam a cabeça de quem está pensando ou está prestes a passar uma temporada fora. Aliás, uma parte do livro é dedicada à mochilagem de um dos personagens por vários países. Imperdível! Review aqui.


UM MUNDO BRILHANTE, de T. Greenwood
Talvez haja quem se oponha totalmente à ideia de colocar um livro como Um Mundo Brilhante na mala de intercâmbio. Admito que não é o enredo mais otimista de todos, e por isso mesmo considero-o adequado para o período de intercâmbio – um período de transformações intensas e escolhas. Um Mundo Brilhante trata de escolhas e consequências, e também do medo de se lançar rumo ao desconhecido. O protagonista, no fundo, deseja seguir um caminho que representaria uma mudança radical em sua vida, mas o receio de fazê-lo e o estado de acomodação em que vive são as barreiras mais difíceis de ultrapassar. Ser um intercambista é, antes de tudo, superar medos e abraçar descobertas. É ser totalmente responsável pelas próprias escolhas. Portanto, Um Mundo Brilhante é uma leitura bem interessante para quem está vivendo essa fase. Review aqui.


Escrevendo este post, percebi como vários livros trazem situações e personagens que têm estreita relação com o universo interno e externo de quem fez, está fazendo ou fará em breve um intercâmbio. Gostei tanto de falar sobre isso (mesmo que tenha sido em dose extremamente homeopática) que provavelmente o farei novamente.

Mas, e vocês? Já tiveram alguma experiência de intercâmbio?

Vi na Livraria: A melhor história está por vir, de María Dueñas

Literatura espanhola 23 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 19 comentários


Vi na livraria e o quis. Quis muito. Porém quis – e quero – com mais urgência o primeiro livro da autora, que é também seu mais conhecido, O tempo entre costuras. A comparação frequente com o também espanhol Zafón é provavelmente o motivo mais forte pelo qual me interesso em ler as obras da autora. Também foi o motivo que me fez parar e olhar com curiosidade A melhor história está por vir, pegá-lo e folheá-lo longamente em uma das minhas andanças na livraria.

A MELHOR HISTÓRIA ESTÁ POR VIR, de María Dueñas, ed. Planeta, 2012.
SINOPSE: Após o fim de seu casamento, a professora Blanca Perea aceita um emprego que sabe prometer alguns meses de tédio, mas uma mudança bem-vinda na sua vida. Vai para uma universidade na Califórnia para organizar os arquivos esquecidos do falecido professor Andrés Fontana. Ali conhece Daniel Carter, um atraente colega americano que não ocupa o lugar que deveria.

Entre os testemunhos do passado de sua pesquisa, e a cumplicidade crescente com Carter, Blanca se verá num emaranhado de sentimentos confusos, intrigas e assuntos pendentes. O trabalho, que no começo parece simples, se mostra cada vez mais suspeito e a professora começa a perceber que algumas coisas não são esquecidas por acaso.

Da mesma autora de "O tempo entre costuras".


5 motivos para ler David Nicholls

5 motivos para ler 20 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 23 comentários

David Alan Nicholls, ou David Nicholls, nasceu em 30 de novembro de 1966 na cidade de Eastleigh, condado de Hampshire, que fica no sudeste da Inglaterra.

Antes de começar a escrever, David Nicholls era ator. Ganhou uma bolsa de estudos em Nova York, na American Musical and Dramatic Academy; durante alguns anos atuou esporadicamente em peças de teatro – seu nome artístico era David Holdaway.



Querem 5 motivos para ler o autor?

1. Além de autor de ficção, David Nicholls é roteirista. Aliás, foi mexendo com roteiros que ele ingressou no universo da escrita. Provavelmente influenciado pela carreira de ator, ele começou com leituras de peças e roteiros de cinema como freelancer, o que o levou a trabalhar com leitura e pesquisa de roteiros na BBC Radio Drama, até que se lançou no campo de edição de roteiros. Foi quando ele começou a escrever.
Essa faceta de escritor de roteiros certamente influencia os romances de ficção do autor, em minha opinião. Não é à toa e nem por acaso que as obras do Nicholls possuem tamanha vivacidade. Os personagens são tão humanos quanto é possível ser. E os enredos, bem, eles não flertam com o real, eles são a própria realidade.

2. Nicholls escreveu também o roteiro das duas adaptações cinematográficas de seus livros: Starter for ten (no Brasil, Garoto Nota 10), adaptado do livro Resposta Certa; e One Day, adaptado do livro Um Dia. (Aliás, reservei, e com razão, o quinto motivo inteirinho para falar de Um Dia.)
Foi nomeado aos prêmios BAFTA, e dentre seus roteiros para TV, inclui-se uma adaptação moderna da comédia shakespeariana Much Ado About Nothing (Muito Barulho Por Nada).

3. Dentre os livros preferidos do autor estão O Apanhador no Campo de Centeio e O Grande Gatsby. Falando de filmes, David Nicholls coloca O Iluminado no rol dos seus favoritos. Bom gosto, não?!

4. Até livreiro ele já foi! Quando ainda seguia a carreira de ator, entre um trabalho e outro, Nicholls trabalhou na livraria Waterstones, em Notting Hill.

5. O grande – e forte o suficiente para fazer os quatro anteriores parecerem supérfluos – motivo atende por duas palavras: Um Dia. Enredo incrível, que brinca com a realidade e com o passar do tempo e seus efeitos, não hesitando em chamar o leitor para presenciar cada momento e pensar na própria existência. Como tudo no mundo, há quem goste e há quem não goste, porém é impossível ficar indiferente à história de Emma e Dexter.
Para os fãs do livro, David Nicholls publicou em seu site oficial a listinha completa das músicas da coletânea da Emma (que ela faz para Dexter, no livro).

OBRAS:
Resposta Certa (2003)
O Substituto (2005)
Um Dia (2009)

P.S. Eu te amo [Cecelia Ahern]

Cecelia Ahern 17 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 21 comentários

Holly e Gerry eram aquele tipo de casal que a gente chama de “almas gêmeas”. Eram. Gerry morre e Holly perde o chão, fica devastada. Antes de morrer, Gerry deixou um pacote contendo doze cartas para Holly, uma para cada mês do primeiro ano de sua vida sem ele. Resta a Holly encontrar a força necessária para seguir em frente, percebendo mais do que nunca o apoio incondicional de sua família e amigos. E ainda encarar a realidade de estar prestes a completar 30 anos...

Por mais que a sinopse (e a capa do livro, inclusive) sugira baldes de lágrimas e um enredo completamente “fundo do poço”, não é essa a ideia. Tampouco se trata de uma daquelas histórias de “você pode superar tudo, é só ter fé!!!”, onde o excesso de otimismo chega a irritar.

P.S. Eu te amo traz equilíbrio e palavras bem escolhidas. Não seria difícil embarcar sem rumo na temática e derrapar nos exageros – de sentimentalismo, de drama, de banalidade até. Só que Cecelia Ahern foi bastante feliz ao conduzir o romance de maneira divertida e até leve. Os dramas da protagonista não afundam a narrativa num sofrimento sem fim, mas ao mesmo tempo são capazes de emocionar.

Há, também, outro ângulo interessante a ser notado. Holly está com seus 29 anos e muitos meses, a crise dos 30 está embutida em todo o turbilhão de coisas na vida dela. Todo o universo da protagonista vem desmistificar a ideia de que aos 30 você é uma mulher totalmente madura e decidida, com uma pilha de conquistas profissionais, vida sentimental estável e que deixou no passado todas as inseguranças dos 20 e poucos. Balela. Holly nos mostra que, verdadeiramente, aos 30 você ainda tem muito daquela menina "insegura" que você era aos 20. Muitas coisas mudam; outras, demoram mais para mudar do que a gente (e todo mundo) idealiza. Consolador ou não, aos 30 você provavelmente continuará fazendo as mesmas brincadeiras e piadas infames, e chorará por muitas das mesmas coisas, tal como você faz aos 23 ou aos 26 anos.

LEIA PORQUE...
A história é linda. E pode ir sem medo porque não tem nada de dramalhão de 2ª categoria.
Se você gostou do filme*, leia! Aliás, seria mesmo difícil falar de P.S. Eu te amo sem mencionar o filme. Ambos são ligeiramente diferentes em vários aspectos, mas a essência, o fio condutor de tudo, permanece igual.
*Filme: P.S. Eu te amo, dirigido por Richard LaGravenese, EUA, 2007.

DA EXPERIÊNCIA...
Uma leitura que faz rir, torcer, pensar, se emocionar. Pacote completo! Só desejei encontrar nele as idílicas paisagens da Irlanda (como os campos de Wicklow que vemos no filme). No livro, muitos dos lugares diferem do filme, a maior parte da história se passa em Dublin e isso me agradou mais do que assisti-los morando em Nova York.

FEZ PENSAR EM...
Como as irlandesas verdadeiramente exageram quando o assunto é bebida. Elas tomam todas (mesmo!) e descem do salto, com direito a vexame e comportamento atrevidíssimo, tudo combinando com as roupas inacreditavelmente curtas. Nada contra, mas que é hilário, é!


Cena linda do filme P.S. Eu te amo (na Irlanda)

Título: P.S. Eu te amo
Título original: P.S. I love you
Autor(a): Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
Edição: 2012
Ano da obra: 2004
Páginas: 368

Leituras com trilha sonora oficial

À la française 15 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 16 comentários

Inspirada pelo Top 10 Soundtracks postado pela Jacqueline (do blog Confissões de uma Viciada), vim aqui falar de leituras com trilha sonora.

Sabe aquele musical pelo qual você tem paixão? Aliás, quem ama musicais sabe que é bem mais que paixão, é praticamente um vício! Ou então aquele livro que você tem vontade de ler há tempos e não sabia que ele tinha trilha sonora oficial. Fique sabendo: ele tem, sim!

Então, fica um convite para ler seu musical preferido! E depois correr para escutar a trilha sonora. Ou melhor, intercalar os capítulos com as músicas. Parece divertido, não? Mas se não conhecerem algum desses musicais, procurem vê-los já e leiam (ou releiam) o livro. Sem esquecer a trilha sonora para dar um up nessa experiência!
Algumas sugestões:

FOOTLOOSE, de Rudy Josephs, edição da Galera Record, 2011.

O romance narra a saga do jovem Ren, que ao se mudar de Boston para uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos, enfrenta um intenso choque cultural. E não é só porque a cidadezinha tem apenas um sinal de trânsito. Em Bomont, a diversão é proibida - nada de ficar fora de casa até tarde; festas, sem chance; o rock é banido e simplesmente esqueça sair para dançar. Agora Ren está engajado em uma causa simples – fazer com que todos possam se divertir. Mas não há nada de simples nisso. A população, ou melhor, os adultos não só aceitam as regras extremamente rigorosas como parecem aprovar a intervenção da igreja nos assuntos de Estado. Assim, é difícil vislumbrar uma saída, e o novato na cidade não consegue entender por que tais medidas existem. Em meio a tudo isso, o sentimento dos adolescentes é o de que a juventude está passando sem grandes emoções. Daqueles que não desistem com facilidade, Ren desafia a ordem local enquanto luta para chamar a atenção de Ariel, a bela e atraente filha do reverendo Shaw. Só que a menininha do pastor tem um lado rebelde ou, digamos, indomável.
Será que ele é capaz de conquistar o coração dela e, em paralelo, ainda ganhar o apoio da população de Bomont para a sua causa? Ou essa cidade está tão apegada ao modo como vive para que alguém balance seus costumes?





Eu ainda não assisti ao remake, mas confesso ser fã do original de 1984 (estrelado por Kevin Bacon e Lori Singer), cuja trilha sonora considero imperdível para quem curte trash oitentista e, claro, para amantes de musicais. O filme também foi levado aos palcos da Broadway. O livro, porém, trata-se de uma adaptação do roteiro da refilmagem de 2011, dirigida por Craig Brewer. Apesar de não ter tido uma experiência agradável com livro adaptado de filme (vide Branca de Neve e o Caçador), gostaria de ler Footloose por já conhecer e gostar muito da história. E, falando sério, não tem como não pensar em Footloose sem começar a se mexer no ritmo de “...everybody cut footloose”! Romance dançante – tem como incluir esse gênero na literatura?!
Achei esse vídeo bacaninha porque ele mescla as duas versões:




MALIGNA, de Gregory Maguire, edição da Ediouro, 2007.

Nunca mais enxergaremos a terra de Oz com os mesmos olhos. O direito de resposta da maléfica Bruxa do Oeste sobre a história que encanta o mundo há gerações, finalmente foi concedido.
Uma nova versão, um ponto de vista oposto, que levará o leitor a rever suas crenças sobre o bem e o mal.
O livro traz a história da garota verde chamada Elphaba e como ela se tornou a Bruxa Malvada do Oeste. A garota não tinha maldade em seu interior, somente não sabia expressar o que sentia. Ainda que não tivesse jogo de cintura para lidar com pessoas, Elphaba tinha uma forte ligação com os Animais – que então eram capazes de pensar e se expressar como os seres humanos.
Opondo-se à tirania do Mágico de Oz, Elphaba era uma verdadeira revolucionária.


Com a proximidade da estreia de Oz: Mágico e Poderoso, o clássico universo de L. Frank Baum ganha frescor. No entanto, o filme não é uma adaptação da obra Maligna, de Gregory Maguire. Maligna ganhou uma adaptação para a Broadway, chamada Wicked (que é o título original do livro) e traz a maravilhosa Idina Menzel como Elphaba. Tive a oportunidade de assistir à montagem do West End de Londres e foi um sonho: o musical mais lindo ao qual já assisti! A trilha sonora traz músicas divertidas e outras bem tocantes. Dá para achar no YouTube as várias partes do musical e conferir as músicas.
Vale a pena preparar a playlist e correr para ler o livro! (Tenho a edição em inglês na minha pilha de livros a serem lidos e prometo que um dia rola review!)

Sugiro que ouçam as músicas Defying Gravity e For Good... são emocionantes! Ah, e vejam abaixo a cena de Elphaba e Galinda na música Popular, a mais divertida do musical:




O FANTASMA DA ÓPERA, de Gaston Leroux, edição da Ediouro, 2005.

Um homem deformado se esconde nos subterrâneos de um teatro e acaba se apaixonando por uma jovem atriz. Histórias de fantasmas e assassinatos cercam o personagem de mistério e completam o clima deste clássico da literatura.
É noite de gala na Ópera de Paris. Os Srs. Debienne e Poligny se despedem do cargo de diretores da Ópera com um último recital. Porém, nos corredores do teatro, uma figura misteriosa caminha como uma sombra e desaparece sempre que é vista. No subsolo, o maquinista-chefe é encontrado morto. Esse é o legado deixado pelos antigos diretores: a perturbadora presença do Fantasma da Ópera. Ao ignorar os caprichos do Fantasma, os novos diretores têm que lidar com uma trágica sequência de eventos que culmina no desaparecimento repentino da cantora lírica Christine Daaé. É em meio a esse clima de suspense e de terror que somos levados ao labirinto sombrio que é o subsolo da Ópera de Paris.


Comentários dispensados! Obra linda e imortal, não tem quem não tenha pelo menos ouvido falar na história do Fantasma da Ópera. A história original de Gaston Leroux já foi adaptada para o cinema um montão de vezes, além das adaptações para os teatros (que, inclusive, já tivemos a chance de ver aqui no Brasil). Como boa aficionada por musicais, o filme musical de 2004 (de Joel Schumacher) me marcou e a trilha sonora é especial. É daquele tipo que as letras contam a história para a gente, quase como se os personagens só falassem cantando!

Escolhi para o post a cena da linda The Music of the Night. Fiquei tentadíssima a colocar a tão famosa The Phantom of the Opera, que adoro, e que recomendo também as versões metal da música – a do Nightwish é minha preferida!




OLIVER TWIST, de Charles Dickens, edição da Melhoramentos, 2012.

Inglaterra, século XIX. Oliver Twist chegou ao mundo numa noite bem fria e nada promissora. A mãe morreu em seguida, e ninguém tinha a menor ideia de quem fosse o pai. Órfão e pobre, o menino foi amparado por um abrigo. Maltratado, acabou fugindo e foi viver nas ruas de Londres, onde conheceu Fagin – um dos grandes vilões da história da literatura –, chefe de uma quadrilha de meninos especialistas em furto de joias.
É o início de uma história cheia de desafios e reviravoltas. Obrigado a roubar, Oliver começa a se meter em uma grande enrascada, mas nem imagina que, em meio a tanta confusão, o destino trará à tona os segredos de sua origem.
Publicado originalmente em folhetim, entre 1837-9, foi o primeiro romance em língua inglesa a ser protagonizado por uma criança.


Eis um clássico do qual todo mundo certamente já ouviu falar. E não é para menos: Oliver Twist é um dos livros mais conhecidos de Charles Dickens.
Assim como O Fantasma da Ópera, Oliver Twist foi adaptado inúmeras vezes para o cinema, e também para televisão e teatro. O filme musical Oliver!, de Carol Reed, 1968, é uma das adaptações mais populares da obra (mas ainda fica atrás do Oliver Twist de David Lean, 1948). Existe também um remake de Roman Polanski. Mas como estou falando de leitura com trilha sonora, nada melhor e mais justo que mencionar a trilha sonora de Oliver! (1968), já que é um musical – e, na minha opinião, esse fato faz com que a trilha seja mais divertida e inesquecível. Para quem tem como meta literária ler mais clássicos este ano, por que não se aventurar na Inglaterra Vitoriana com Oliver Twist, e colocar na playlist a trilha sonora do premiado filme musical? Fica a dica... (Existe até uma edição traduzida por Machado de Assis, da ed. Hedra.)

Fiquei muito indecisa sobre se colocava o vídeo de Food, Glorious Food ou de You’ve Got to Pick a Pocket or Two. Acabei optando pelo segundo:




Gostaram? Espero que sim!
Se souberem de mais algum e quiserem me indicar, a louca por musicais aqui vos agradece!


O dia em que tomei Cerveja Amanteigada – parte II

Atração temática 10 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 17 comentários

Voltei com a continuação do meu dia em The Wizarding World of Harry Potter...
Se você ainda não leu a primeira parte, corre lá para ler!


RANGO!
Pois bem, saí do Harry Potter and the Forbidden Journey verde de fome. Decidi matá-la no Três Vassouras (The Three Broomsticks). Na realidade, apesar de terem entradas distintas, o Três Vassouras e o Cabeça de Javali (Hog’s Head) são dois ambientes ligados no interior. Ambos são rústicos; o Três Vassouras é como uma taverna, já o Cabeça de Javali tem mais cara de pub.
Bom, Três Vassouras, né? Fila para entrar e fila para fazer o pedido (já comentei que o parque estava transbordando de gente?). Achei que ia ser mais bagunçado para comer, mas até que não. Apesar da espera, eles só liberam a entrada na fila dos pedidos se houver mesa disponível. E uma vez com a bandeja em mãos, há alguém indicando uma mesa para você. Só que, mal você termina de comer e pousa os talheres no prato, alguém se prontifica a tirar a bandeja da mesa, “sutilmente” te mandando circular. "Prático", não?!
No menu constam opções como frango, coxas de peru (não pareciam tão absurdamente enormes como as famosas turkey legs dos parques da Disney), espigas de milho engraçadas que vêm com a palha toda virada para cima, costelinhas, batatas rústicas, shepherd’s pie (que parecia um escondidinho de purê de batata com carne moída), fish and chips,... Basicamente, comida britânica (bem basicamente).


TORNEIO TRIBRUXO E HIPOGRIFO EM MONTANHA-RUSSA
Hora de curtir o Dragon Challenge! Mesmo que muitos de vocês (e eu mesma) pensem “montanha-russa de barriga cheia??”, eu já adianto que nunca passei mal do estômago em montanha-russa (e espero que isso nunca aconteça!) e, mesmo com fome, não tinha comido horrores porque já previa o que viria a seguir.
Imaginem duas montanhas-russas com trilhos que se entrelaçam e funcionando ao mesmo tempo... Pois é! Aliás, essa atração já existia no Island of Adventures mesmo antes do mundo potteriano aparecer por lá, e inclusive já tinha essa temática que representa um duelo de dragões. Agora, toda a “imersão” ao longo da fila envolve o visitante no contexto do Torneio Tribruxo até o esperado momento de sentar a bordo do Meteoro-Chinês ou do Rabo-Córneo Húngaro, você escolhe. O percurso é diferente, portanto vale enfrentar a fila duas vezes porque ambos são imperdíveis!



Há ainda outra montanha-russa, a Flight of the Hippogriff, que é mais levinha, para os mais novinhos (mas não exclusivamente). Acabei não indo nela devido ao tempo de espera da fila, e aí acabei perdendo os detalhes que precedem a atração (a cabana do Hagrid... tristeza...). Lembrando que eu tinha apenas um dia para os dois parques da Universal: o Islands of Adventure (incluindo o Wizarding World of Harry Potter) e o Universal Studios, que fica bem ao lado.


ÀS COMPRAS!
Parti então para as lojinhas de Hogsmeade! No parque, o vilarejo é uma mescla de Hogsmeade e Beco Diagonal, apresentando estabelecimentos de ambos em uma charmosa rua ladeada por casas rústicas com telhados cobertos de neve. É na rua do vilarejo que acontecem alguns shows, como o simpático coral dos sapos e a apresentação das escolas participantes do Torneio Tribruxo.

Como não podia ser diferente, logo corri para a Dedosdemel (Honeydukes) e me senti no paraíso. Uma loja de doces à moda antiga com seus potes de vidro (que podem ser comprados) repletos de balas de todas as cores e, por estarmos no mundo de Potter, de todos os sabores – mesmo os mais inimagináveis. Pirulitos ácidos, esqueletos e caldeirões de chocolate, bombons explosivos, e um balcão com doces “de confeitaria” (tipo tortinhas, bolos e enormes maçãs cobertas com chocolate) são só algumas das iguarias que podem ser compradas por lá. Além, claro, dos clássicos Feijõezinhos de Todos os Sabores e dos Sapos de Chocolate – os únicos itens que comprei apesar da dificuldade em resistir em meio a tantas delícias (algumas não tão deliciosas assim, imagino eu!).



Aproveitei para explorar a Zonko’s, já que aqui acontece o mesmo que com o Três Vassouras e o Cabeça de Javali: a Dedosdemel e a Zonko’s são “a mesma loja” no interior, apenas a decoração dos ambientes é que muda. (Aliás, é assim em praticamente todas as lojas lá.) Na Zonko’s vi as famosas Orelhas Extensíveis (invenção perspicaz dos gêmeos Weasley em Harry Potter e a Ordem da Fênix), Ioiôs Berrantes e Mini-Pufes, e também outros brinquedinhos com carinha de antigos (tipo um tal “Robô Lilliput” e um “Elefante de Bicicleta”).



Muitas das lojas são somente vitrines decoradas. Outras, como as que citei acima, são lojas reais, onde podemos entrar e comprar objetos e lembranças potterianas para todos os gostos. A vitrine da Floreios e Borrões (Tomes & Scrolls), por exemplo, tem os livros de Gilderoy Lockhart. Já no Correio (Owl Post) é possível enviar, de verdade, cartões-postais com selo de Hogsmeade! Lá também é possível comprar cartelas de selos e papéis de carta com o timbre de Hogwarts, entre outras coisinhas. Apesar das vitrines separadas, a loja é contígua ao Corujal e a outras lojas, como a Olivaras e a Dervixes e Bangues.



Para adentrar a Dervixes e Bangues (Dervish and Banges) peguei uma fila básica. O volume de gente era tamanho que a entrada nas lojas era limitada a determinada quantidade de pessoas por vez para evitar superlotação. E mesmo assim, a sensação era a de um ambiente superlotado em absolutamente TODAS as lojas. O que acontece é que as lojas são minúsculas e com passagens bem estreitas – penso que seja até certo ponto proposital a fim de ficar mais próximo ao universo bruxo de Harry Potter. Na prática, porém, não é nada prático... Um ponto bem negativo é que nenhuma das lojinhas pareceu “amigável” aos cadeirantes. Se para quem não é deficiente a locomoção lá já é dificultosa, fico pensando como deve ser para os visitantes em cadeiras de rodas.

Voltando à Dervixes e Bangues... Sabe aquela vontade de comprar tudo o que você vê pela frente? Aquela sensação de estar maravilhada e não saber para qual lado olhar primeiro? (Isto é, até você perceber que não tem escolha. É a multidão que vai te levando e te guiando conforme você vai tentando olhar – com as mãos, claro! – os tantos produtos e decidir se leva ou não.) Dentro da loja, uma pequena surpresa ao encontrar O Monstruoso Livro dos Monstros – que se mexia de verdade na tentativa de escapar das amarras e morder o que estivesse à frente. Na Dervixes dá para comprar de tudo: capas de Hogwarts, cachecóis das Casas, suéteres de lã iguais aos do uniforme (quis muito, mas não comprei), patches bordados com o brasão de cada Casa, bolas de quadribol, Bisbilhoscópios, O Pasquim (com os óculos 3D Spectrespecs iguais aos de Luna!), cadernos tipo Moleskine, miniaturas do Cálice de Fogo,... Enfim, muita coisa! Dá para comprar varinhas lá também (ou seria no Correio? Essa história de lojas contíguas confunde, às vezes não sabemos ao certo em qual loja realmente estamos).

A Olivaras é um cantinho dentro da Dervixes, mas com uma entrada só dela e, adivinhem, uma fila demoradíssima para entrar. É que dentro da salinha escura acontece o “minishow” em que uma pessoa por grupo é escolhida para viver a experiência de “testar” e então “ser escolhida” por aquela que será sua varinha ideal. Tempo curto, fila imensa, acabei não conferindo a atração. Mas vocês podem vê-la nesse vídeo aqui. Deve ser bem mais legal ao vivo!

Acabei comprando pouquíssimas coisas (não me considero uma grande consumista e nem consumidora compulsiva!), porém confesso que me arrependi de não ter levado algumas outras coisinhas mais. Vieram comigo na mala um pacotinho de Feijõezinhos de Todos os Sabores, um Sapo de Chocolate (veio o card da Rowena Ravenclaw, fundadora da Corvinal) e uma varinha da – mais queridinha – Luna Lovegood! É possível comprar varinhas de vários personagens. A do Voldemort é uma das mais legais, mas percebi que a mais buscada entre os visitantes era a do Sirius Black além, óbvio, da varinha de Harry, Ron e Hermione. Também há varinhas “genéricas”, que não são de nenhum personagem específico, e que você pode escolher de acordo com o mês do seu aniversário (cada mês indica uma varinha de modelo e “composição” diferentes). São todas bem feitinhas, feitas de resina.


Comprinhas: Feijõezinhos de Todos os Sabores, Sapo de Chocolate e a varinha da Luna Lovegood!

No Empório do Filch de Artigos Confiscados (Filch’s Emporium) dá para comprar pelúcias de Edwiges e Bichento, um Mapa do Maroto, máscaras dos Comensais da Morte, e até um tabuleiro de xadrez bruxo (absurdamente caro, inclusive).

Falando da experiência de imersão no mundo de Potter, além dos sons da Murta Que Geme nos banheiros (conforme contei na primeira parte do post), os funcionários do parque estão todos caracterizados como manda o figurino e – que lindo! – os caixas eletrônicos possuem plaquinhas do Gringotes.

Foi com minhas comprinhas a tiracolo e um montão de memórias mágicas que terminei meu dia em The Wizarding World of Harry Potter. Apesar da multidão e dos poréns que isto representou – como ter perdido vários detalhes das lojas, a longa espera nas filas,... –, foi certamente um dia inesquecível. Uma dobradinha teria sido interessante para conferir a atração que faltou (a Flight of the Hippogriff) e para captar mais detalhes do que já vi nas filas e nas lojas (inclusive as vitrines), além de assistir aos shows com calma – só vi de relance o coral dos sapos, mas não parei para assistir.


E PARA QUEM VAI...
Para quem está planejando ir, sugeriria 2 dias no parque (considerando todo o Islands of Adventure, e não só a área do Harry Potter). No Wizarding World, eu recomendaria fazer todas as atrações e olhar as lojinhas no primeiro dia, mas deixar as compras só para o dia seguinte. Assim também dá para planejar direitinho o que comprar, presentinhos para levar,... Também sugiro aproveitar o segundo dia para dedicar um tempinho a mais em fotos mais “garbosas” do vilarejo e das atrações. O lugar rende muita foto bacana, mas com toda a ansiedade e o tempo corrido para ver/fazer tudo, nem sempre conseguimos parar para tirar todas as fotos que queremos (de todos os ângulos possíveis).

Para quem já foi, ótima notícia: há rumores de uma expansão vindo aí. Não pesquisei muito sobre o assunto, mas em Orlando é comum haver novidades nos parques praticamente todo ano, então acredito que tais rumores sejam verdadeiros, para a nossa felicidade. A expansão incluiria um Expresso de Hogwarts “real”, uma atração baseada no Gringotes e uma réplica do Beco Diagonal. Agora só falta juntar grana para voltar... E juntem mesmo: como vocês já sabem ou imaginam, as compras no parque não saem nada baratinhas.


Ah, um pequeno plus! A foto abaixo não faz parte da área potteriana; tirei-a numa loja no Downtown Disney, que é um centro de entretenimento da Disney com restaurantes, bares e lojas. Olha só os livrinhos legais que encontrei por lá: um livro de culinária baseado no universo de Harry Potter e um capa dura de Os Contos de Beedle, o Bardo! Antes que me perguntem... Não, não levei nenhum dos dois (às vezes acho que sou racional até demais com compras), e sim, me arrependi levemente.



QUEREM VER MAIS?
  • Coloquei algumas outras fotos que tirei na página do Livro Lab no Facebook. (Apesar de que não há muitas e não gostei das que tirei, ficou uma coisa meio “às pressas”...)

  • Comer e beber: para saber mais sobre as comidinhas e os restaurantes do parque, leiam este post aqui. (Em inglês)

  • Atrações: não deixem de visitar este fan site do Wizarding World, tem várias fotos e detalhes legais de cada uma das lojas. (Em inglês)
    E também dá para explorar as áreas de The Wizarding World of Harry Potter nos dois sites oficiais da Universal, aqui e aqui. (Em inglês)

  • Compras: para conferir algumas das coisinhas que você pode comprar por lá, visitem a loja online da Universal. (Em inglês)
    A loja brasileira Varinha também vende alguns produtos encontrados no parque.

  • Mais fotos: para ver fotos bacanudas do Wizarding World, visitem este álbum que descobri no Flickr.

O dia em que tomei Cerveja Amanteigada - parte I

Atração temática 7 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 9 comentários


É dentro do parque Islands of Adventure (parte do complexo da Universal Studios), em Orlando, que está o assunto do post de hoje. THE WIZARDING WORLD OF HARRY POTTER é uma das áreas temáticas do parque que recria o vilarejo de Hogsmeade e, claro, o castelo de Hogwarts.

Como minha passagem por Orlando foi rápida, tive apenas um dia para curtir os parques da Universal. Nem preciso dizer que a maior parte desse dia foi dedicada à área temática potteriana... E hoje vim contar para vocês como foi esse dia em que (finalmente!) tomei Cerveja Amanteigada!

Claro que ir direto ao The Wizarding World of Harry Potter foi a primeira coisa que fiz logo ao pisar dentro do parque. E claro que muita gente também fez a mesma coisa e a área estava com a capacidade lotada. Só havia duas opções: encarar uma fila demoradíssima até que liberassem a entrada de mais gente ou pegar um “return time ticket”, que garantia a entrada sem fila na faixa de horário informada neste cartãozinho. Foi o que fiz (para poder curtir também outras partes do parque fora da área do Harry Potter).

Em meio ao mar de gente que havia lá, vi o Expresso de Hogwarts e logo reparei no desenho peculiar das casas em Hogsmeade. Telhados pontudos, chaminés longas e tortinhas. Desculpem a redundância, mas... que mágico! Ao fundo, o castelo de Hogwarts. Lindo!



No meio da “rua”, em frente às simpáticas lojinhas do mundo bruxo, havia um carrinho com um grande barril onde se lia “Butterbeer”, ou “Cerveja Amanteigada”. Inútil dizer que a fila era quilométrica. Dei meia volta e fui pegar minha Cerveja Amanteigada* no Cabeça de Javali!

TEMA POLÊMICO: já havia lido e ouvido gente dizer que a cerveja amanteigada era ruim, muito doce, enjoativa. Acontece que sou muito curiosa, especialmente quando se trata de itens alimentícios. E não é que gostei do negócio? Você pode escolher se quer no copo plástico ou numa caneca souvenir, e também pode escolher se quer a bebida congelando ou somente fria (que foi a minha opção). A bebida em si é normalzinha, parece um refrigerante bem docinho. Mesmo não gostando de refrigerante eu curti porque parecia aqueles de máquina, não tão cheio de gás. (Já li por aí que é parecido com “refrigerante de baunilha”, que eles chamam de "cream soda".)
Mas o melhor é a espuminha que eles colocam por cima! Bem docinha também, com cheiro e gosto que lembram um misto de baunilha e caramelo (ou também butterscotch, espécie de doce feito com açúcar mascavo e manteiga). E é aí que a cerveja amanteigada fica especial! Bebi um copo só e não achei enjoativa – mas também não sei se beberia vários ao longo do dia.




                

Ainda no campo das bebidas, havia Suco de Abóbora à venda em garrafinhas charmosas com tampa em formato de abóbora. Por motivos de força maior (traduzindo: barriga cheia), acabei não provando, mas me arrependi de não ter comprado para tomar depois.

Pequena pausa para o banheiro e... opa, adivinhem quem encontrei, ou melhor, escutei por lá? Murta Que Geme e seus chorosos lamentos!

Cerveja amanteigada tomada e "pausa banheirística" feita, foi a vez de enfrentar as 3 horas (não estou brincando, foram t-r-ê-s horas) de fila para entrar no castelo e andar no Harry Potter and the Forbidden Journey. Só notei depois que a fila para os “single riders” estava muito menor, mas a desvantagem é ir sem seus acompanhantes juntos no mesmo carrinho (o que, convenhamos, é menos pior do que ficar tanto tempo na fila esperando).

Antes de falar da atração em si, vale a pena mencionar a riqueza de detalhes de tudo ao redor durante a fila. Desde a estufa das aulas de Herbologia da professora Sprout até os ambientes no interior do castelo. Os retratos nas paredes (que falam e se movem com incrível perfeição), a sala de Dumbledore, o Chapéu Seletor, a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Esta última inclui a surpresinha da “presença” de Harry, Ron e Hermione em imagem projetada que surpreende de tão realista.



Com ares de “montanha-russa”, a atração consiste em uma viagem a bordo de assentos (enfeitiçados por Hermione para que voem!) passando por criaturas “reais” (a assustadora Aragogue, por exemplo), alternando com simuladores que te colocam realmente dentro dos cenários (o exterior do castelo, o campo de quadribol). Mesmo com um pequeno detalhe que não estava nos planos – o brinquedo travou em determinado momento –, a experiência foi memorável.

Mas a longa espera deu fome. E aí, Cabeça de Javali ou Três Vassouras?!


O post de hoje termina aqui, mas o meu dia em The Wizarding World of Harry Potter ainda não acabou. Em breve postarei a segunda parte dessa aventura. Até mais!
Confiram a continuação deste post!


*A foto da Cerveja Amanteigada, tirei-a daqui. É que eu tomei a minha na empolgação e não lembrei de tirar foto antes!

Baixo Calão [Réjean Ducharme]

À la française 4 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 3 comentários

Johnny, o narrador, leva uma vida infernal entre sua companheira Exa Torrent e a amiga de todas as horas (e mulher do seu irmão adotivo), que ele chama de Tarazinha. E ainda há Pope, uma garçonete de um bar não muito comportado, com quem Johnny também tem uma relação. Ao encontrar uns escritos, Johnny vê no autor muito de si mesmo e de sua vida. Duas histórias que, inevitavelmente, acabam por se entrelaçar.

Cansado das narrativas convencionais? De leituras fáceis e rapidinhas? Seus problemas acabaram!

Gozações à parte, Baixo Calão é uma leitura, digamos, peculiar. Tudo é visto através dos olhos de Johnny, que parece debochar do amor, desconstruindo-o à medida que ele mesmo parece se decompor.

Vazio. Tudo se situa entre o afeto e o desespero, uma viagem contínua entre extremos. Vivendo no limite, os personagens demonstram, através de golpes físicos e psicológicos, o desespero de amar e o autodesprezo. A atmosfera é pessimista; os amores, errantes e fadados ao fracasso.

A narrativa confunde ao nos transportar brutalmente de uma situação a outra. Os lugares são outros sem que o leitor seja previamente avisado. Muitas vezes, é difícil identificar de qual personagem vêm determinadas falas, ou mesmo a quem o narrador está se referindo. A falta da sensação de “começo, meio e fim” bem definidos deixa a impressão de que nada acontece, nunca.
Complicação extra: o narrador lê, em um manuscrito encontrado por acaso, uma história que se parece estranhamente com a sua, que se mescla a ela, inclusive.
Complicação extra #2: a ausência de capítulos torna o texto cansativo e exige uma leitura continuada, sem pausas muito longas. (Então, nada de esquecer o livro largado durante uns dias e depois querer retomar a leitura!)

LEIA PORQUE...
Apesar desses pontos de confusão, a narrativa é poética. A junção do linguajar baixo e das doses altíssimas de – mais uma vez – desespero dá origem a frases sonoras, muitas vezes com rimas. Por ser tão visceral e também introspectivo, o texto tem seus atrativos para quem gosta dessas características.
Além disso, o autor, o quebequense ou québécois (em francês fica mais charmoso!) Réjean Ducharme, é conceituadíssimo. Conheceu o sucesso desde o início de sua carreira, mas, curiosamente, leva uma vida reclusa há algumas décadas (não concede entrevistas nem faz aparições públicas).

Será que somos todos iguais, que podemos tão mal nos suportar, que só esperamos uma oportunidade para nos jogar. Dentro de algum outro se possível? Será que a salvação é o outro, como não dizia o outro?

DA EXPERIÊNCIA...
Baixo Calão foi uma leitura complexa, demorei mais tempo que o habitual para concluí-la. A densidade do texto e as complicaçõezinhas dele (sem esquecer as “complicações extra”!) fazem com que eu indique o livro apenas ao leitor que tiver curiosidade de ler algo do Ducharme. Ok, até é interessante pela intensidade do texto, mas nada que você não consiga passar sem.

FEZ PENSAR EM...
Neve. E mais um punhado de coisas depressivas. Amor passado do ponto, cujo lirismo murchou, apodreceu. Uma música do Legião Urbana, não lembro qual.

Título: Baixo Calão
Título original: Gros Mots
Autor(a): Réjean Ducharme
Editora: Estação Liberdade
Edição: 2005
Ano da obra: 1999
Páginas: 320

Chez le Libraire : La métamorphose, de Franz Kafka

À la française 2 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 6 comentários


Começando o ano com o primeiríssimo “Chez le Libraire”.
Conforme expliquei aqui, “Chez le Libraire” será uma coluna tipo “Vi na Livraria”, só que com livros em francês. Livros que eu vi e que me chamaram atenção, que sugerem o potencial de uma boa leitura. Especialmente para os estudantes de francês de plantão! Mas não só. Quem se interessou e não fala francês, vale buscar a edição brasileira. Ou então, vale também se empolgar e se matricular em um curso de francês... Por que não? Garanto que vocês iriam amar!

O escolhido para inaugurar a coluna não apenas sugere uma boa leitura; trata-se, de fato, de uma leitura excelente. Aliás, acho que, como eu, muitos de vocês já leram esse em português. Refiro-me ao La Métamorphose, de Franz Kafka. Que tal lê-lo em francês?

Inclusive, essa é uma “estratégia” interessante, principalmente para quem está começando a ler em francês (ou em qualquer outra língua estrangeira). Escolham alguns livros que vocês já leram em português, a leitura será mais fluida no outro idioma e ficará mais fácil compreender palavras pelo contexto, uma vez que a história já é conhecida.

Voltando à obra do Kafka, confiram abaixo a sinopse em francês:

LA MÉTAMORPHOSE, de Franz Kafka, Éditions Gallimard (collection Folio Classique numéro 3374), 2000.
RÉSUMÉ : ‘La métamorphose’ révèle une vérité méconnue, les conventions disparaissent, les masques tombent. Le récit qui porte ce titre est un des plus pathétiques et des plus violents que Kafka ait écrits; les effets en sont soulignés à l'encre rouge, les péripéties ébranlent les nerfs du lecteur. C'est l'histoire, 'excessivement répugnante', dit l'auteur, d'un homme qui se réveille changé en cancrelat.

Lorsque Gregor Samsa s'éveille un matin, après une nuit agitée, il doit se rendre à l'évidence : il est bel et bien métamorphosé. Doté d'une épaisse carapace d'où s'échappent de pitoyables petites pattes. Lugubre plaisanterie ? Hélas ! Plutôt une ultime défense contre ceux qui, certes, ne sont pas des monstres, mais de vulgaires parasites. Les siens, en somme - père, mère, soeur -, dont l'ambition est de l'éliminer après avoir contribué à l'étouffer. Ici, un homme se transforme en coléoptère monstrueux, là, un engin pervers tue avec application.

Cette transformation est un châtiment imaginaire que Kafka s'inflige. Et son personnage est celui qui ne peut plus aimer, ni être aimé ; le conflit qui se déroule dans une famille bourgeoise prend une ampleur mythique. Seuls quelques éléments comiques ou grotesques permettent de libérer de l'oppression du cauchemar.


E já que estamos começando um novo ano, que tal nós, estudantes de francês, incluirmos mais leituras francófonas como meta para 2013?

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