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5 motivos para ler Stephanie Perkins

5 motivos para ler 30 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 11 comentários

STEPHANIE PERKINS nasceu no estado de Carolina do Sul, passou a infância em Arizona, cursou o ensino superior em São Francisco e Atlanta, e atualmente vive nas montanhas de Asheville, Carolina do Norte, com seu marido e melhor amigo Jarrod. Mas São Francisco é a cidade preferida da autora nos EUA, e é também a cidade onde mora Lola (e o Garoto da Casa ao Lado).

Perkins mergulhou e se apaixonou pela literatura YA com O Diário da Princesa. Ainda hoje é fã declarada de Meg Cabot, a quem se refere como The Queen (A Rainha). Stephanie sempre trabalhou com livros – já foi livreira, bibliotecária, e hoje é escritora. Ela é superjovem (deve ter uns 32 anos – não encontrei sua data de nascimento exata), e acredita que deveria haver mais beijos nos livros e nos filmes.

Além de ter escrito os fofos Anna e o Beijo Francês e Lola e o Garoto da Casa ao Lado, tenho mais 5 motivos pelos quais vale a pena ler Stephanie Perkins...

1. Stephanie não fala francês e até hoje não consegue pronunciar várias das palavras contidas em Anna e o Beijo Francês. Mas, além de pesquisar muito, em 2010 ela passou um mês inteirinho em Paris e virou fã das pâtisseries (quem não gosta de um croissant quentinho ou de um gordo pain au chocolat?) e das BD (bandes dessinées, ou histórias em quadrinhos).

2. Em seu tempo livre, Perkins adora frequentar cinemas alternativos. (Já ganhou meu respeito, hehehe!)

3. Seus romances têm um frescor único, daquele tipo cujos personagens têm o poder de cativar o leitor como se fossem seres humanos reais. Diria mais: é muito difícil ler um livro de Perkins e não sentir vontade de ser amiga da protagonista. Mesmo! E olha que quem me conhece sabe que não sou fã de chick-lits. E, ainda assim, adoro o que Stephanie Perkins escreve.
Ainda nos personagens, Perkins é expert em nos apresentar carinhas fofos, lindos e verdadeiros gentlemen. Mesmo junto às mais céticas – e me incluo aí – esses garotos acabam ganhando moral e, secretamente, nos fazem questionar onde caras assim se escondem.

4. Seu terceiro romance, Isla and the Happily Ever After (ainda a ser lançado), conterá referências às histórias de Anna e Lola. Eu, particularmente, torço para encontrar os casais anteriores como personagens coadjuvantes desse novo livro – da mesma maneira que Anna e St. Clair dão o ar da graça em Lola.

5. O visual de Stephanie Perkins fala por si só: é adepta de roupas coloridíssimas e seus cabelos sempre exibem tons berrantes. Mas o lance das cores não fica só na aparência; segundo a própria autora, cada cômodo de sua casa é pintado de uma cor diferente. No entanto, o mais legal é que Perkins não é estilo; a autora é uma fofa – quem já assistiu a alguma entrevista dela pode confirmar –, atenciosa e dona de um sorriso meigo.

PRINCIPAIS OBRAS:
Anna e o Beijo Francês (2010)
Lola e o Garoto da Casa ao Lado (2011)
Isla and the Happily Ever After (ainda não lançado)

O Gato do Rabino – vol. 1: O Bar-Mitzvah [Joann Sfar]

À la française 28 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 5 comentários


Antes de qualquer conversa, falo aqui de uma fábula em HQ cujo protagonista é um gato que desatou a falar após ter engolido um papagaio. E, detalhe, ele não é um gato qualquer: o felino em questão é o bicho de estimação de um rabino que vive na Argélia no início do século 20, em uma comunidade de judeus sefarditas*.

Deu para notar que o coloridinho aqui é digno de atenção, não?

Só que, sendo seu proprietário um rabino, não seria ele um gato judeu? Uma vez que o bichano adquire o poder da palavra, ele se questiona se não deveria aprender o que diz a Torá e ter seu Bar-Mitzvah, que é a cerimônia de passagem à vida adulta que os garotos judeus fazem aos treze anos.

Como nunca houve outro gato a ter um Bar-Mitzvah, o rabino decide consultar um outro rabino para saber o que fazer, mas este se opõe à ideia. Então se inicia uma ardilosa e bem-humorada discussão na qual o gato argumenta que, como animal falante, deve ser regido pelas mesmas leis divinas que os homens.

Além disso, o felino está apaixonado por Zlabya, filha de seu dono, mas desde que adquiriu a fala não tem permissão para passar seus dias junto dela, como fazia antes de se tornar um gato falante. É que o rabino teme que o animal, agora que se põe a verbalizar, possa conduzir sua filha a caminhos nada virtuosos.

O francês de origem judaica Joann Sfar coloca falas poéticas e astutas na boca do gato, que de maneira um tanto filosófica discute o judaísmo e contesta muitos de seus preceitos. Com ilustrações dotadas de personalidade, texto inteligente e com humor irônico, e sem jamais menosprezar a cultura judaica (aliás, é bem o contrário), o gato e seu dono, o rabino, têm seus laços lindamente fortalecidos a partir dessas conversas e questionamentos.

Com a troca de ideias e esclarecimentos, e uma observação mais apurada, o gato acaba por perceber o erro de julgar alguém antecipadamente, e começa a entender o exercício da tolerância.


*Judeus sefarditas: judeus descendentes das comunidades judaicas da Península Ibérica estabelecidas no período medieval, e depois dispersas por várias regiões.

LI EM FRANCÊS


Sim, eu li O Gato do Rabino (vol. 1) em francês! E devo dizer que foi uma leitura muito rapidinha, simples e mais interessante por ser no idioma de origem. Não utilizei o dicionário – para ser exata, usei-o apenas uma vez e foi para uma palavra específica relacionada ao judaísmo.
Recomendo aos que estão entrando no nível intermediário do idioma, e arrisco mesmo a recomendar aos mais iniciantes.

Edição lida: Le Chat du Rabbin – 1. La Bar-Mitsva, Dargaud (collection Poisson Pilote), 2002.

LEIA PORQUE...
Longe de ser infantil, O Gato do Rabino conquista pela ironia, pela crítica na forma do felino. É também uma homenagem à cultura judaica e aos pintores argelinos – através das ilustrações vistosas e, ao mesmo tempo, de traços simples.

O primeiro álbum da série vendeu mais de 200 mil exemplares na França; ganhou o Eisner Awards (algo como o Oscar dos quadrinhos) de melhor HQ estrangeira em 2006, além de ter sido contemplado com o prêmio do júri do Festival Internacional de HQ de Angoulême, na França, país onde a série já tem 5 volumes lançados. No Brasil, por enquanto, temos apenas até o terceiro.

E mais: O Gato do Rabino foi adaptado para o cinema pelo próprio autor. (Ainda não assisti à animação, mas pretendo.)

DA EXPERIÊNCIA...
Não sou apegada a religião de tipo algum e geralmente detesto ler livros sobre o tema. Contudo, O Gato do Rabino me atraiu por abordar esse tipo de assunto de maneira pensante, argumentativa e utilizando de ironia. Um livro que fez diferença ter lido, e olha que aqui falo apenas do volume 1.

FEZ PENSAR EM...
Na pessoinha que ainda não retornou o volume 2 à biblioteca e que está me fazendo esperar (longamente) para continuar essa história. Mas já peguei o volume 3, por via das dúvidas... – há, não contavam com minha astúcia!



Título: O Gato do Rabino – vol. 1: O Bar-Mitzvah
Título original: Le Chat du Rabbin – 1. La Bar-Mitsva
Autor(a): Joann Sfar, (colorido por) Brigitte Findakly
Editora: Zahar
Edição: 2006
Ano da obra: 2002
Páginas: 48

3 personagens em quem eu "sentaria a mão" fácil, fácil

David Nicholls 25 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 13 comentários

Não é que eu seja violenta, longe disso. Nem mesmo pavio curto – acho eu, pelo menos. Mas todo mundo sabe que tem gente que pede pelo limite da paciência alheia. Gente fictícia também faz isso, inclusive. Como sou contra qualquer tipo de violência e/ou bullying, fica valendo então uma porrada fictícia nessas pessoas fictícias que, se existissem, torrariam minha paciência.

BRIAN JACKSON | Resposta Certa, de David Nicholls [REVIEW]


Um cara que vai além do simples ser chato. Brian é inteligente (nerd), mas é chato – às vezes até mesmo insuportável –, irritante e tem o incrível dom de dizer e fazer a coisa errada na hora errada. E o pior: parece que ele nunca aprende! Além disso, é patético ver ele correndo atrás da menina bonita e fútil (que também é uma chata, aliás).

FUKAERI | Trilogia 1Q84, de Haruki Murakami [REVIEW]


Não a odeio, juro. E tento compreender o tanto que essa garota deve ter sofrido (toda essa história do Povo Pequenino, a ausência dos pais...). Mas seu ar bobo e infantilizado, a vagueza das suas falas e, principalmente, o fato de não dar entonação a suas perguntas, fazem com que me sinta ligeiramente irritada. Sabe aquela vontade que vem do nada de gritar com alguém, assim, com qualquer pessoa? Fukaeri seria um alvo certeiro desse tipo de ato – ainda que eu morresse de remorso em seguida.

BELLA SWAN | Saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer


Adolescente insossa e rainha da cara amarrada. A garota detesta festas, detesta fazer aniversário, detesta usar vestido, detesta atrair atenções, detesta quando Edward a deixa, detesta a rixa Edward-Jacob (mas é incapaz de tomar atitudes coerentes para evitá-la), detesta não virar vampira logo de uma vez, detesta ocupar sua lua de mel com qualquer outra atividade que não seja dar – ou tentar dar, pelo menos – para o Edward. Enfim, tirando Edward, o que é que ela não detesta?


Difícil dizer em quem eu sentaria a mão primeiro... Talvez na Bella? Acho que sim, hein.
E na opinião de vocês, quais personagens são dignos de serem rotulados verdadeiros chatos fictícios?

Lola e o Garoto da Casa ao Lado [Stephanie Perkins]

Chick-lit 21 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 10 comentários

Lola Nolan acredita em trajes. Quanto mais expressiva for a roupa – mais brilhante, mais divertida, mais selvagem –, melhor. Apesar do estilo nada convencional, Lola é uma filha e amiga dedicada. E tem três desejos bem simples. O primeiro deles é ir ao baile de inverno vestida de Maria Antonieta e com coturnos de plataforma. O segundo é que seus pais aceitem seu namorado roqueiro, Max. E por último, deseja não mais voltar a ver os gêmeos Calliope e Cricket Bell. Só que eles retornaram ao bairro...



Lembra aquela paixão platônica lá dos anos da adolescência, que te fez passar noites em claro e muitas vezes agir como se fosse uma criatura desprovida de massa cinzenta? Aquele garoto que você podia jurar que também gostava de você (apesar de nunca ter ouvido tais palavras da boca dele), mas que sempre havia algo errado e nada nunca acontecia entre vocês? Boas notícias (ou não, vai saber...): Lola vai te fazer relembrar essa época.

A narrativa repleta de diálogos deliciosos – diria que é uma especialidade de Stephanie Perkins – torna impossível largar o livro antes de chegar ao desfecho da história. A fluidez do texto e a simplicidade do enredo trazem consigo as delícias de uma boa leitura leve e descompromissada, durante a qual não raro nos flagramos falando mentalmente com os personagens – seja para dar bronca, conselhos, ou simplesmente partilhar risadas. Personagens com os quais facilmente criamos laços; eles acabam se tornando muito queridos, como amigos de longa data!

Se Lola é, toda ela, uma atração de cores e glitter, quem rouba mesmo a cena é Cricket Bell. Cheio de carisma, bonzinho e com um quê de geek, a paixonite de Lola é tudo aquilo que muitas garotas um dia sonharam encontrar na adolescência, mas que – verdade seja dita – não costuma ser um espécime assim tão disponível, e cuja existência é até mesmo duvidosa. Na cálida São Francisco de Lola, porém, ele existe e mora na casa ao lado – ao menos nos fins de semana, quando não está na faculdade em Berkeley.

A história de Lola e Cricket vem da infância. Uma quedinha que vira paixão arrebatadora, porém costurada com dúvidas, inseguranças e despedidas. E ainda tem Calliope, a irmã gêmea de Cricket e um talento juvenil da patinação artística, que faz com que a vida da família (e a do irmão, principalmente) orbite em torno de seus treinos e competições.

Tendo embarcado nesse romance delicioso, só resta ao leitor torcer por Lola. Para que ela possa lidar com o excesso de proteção dos seus dois pais (sim, dois pais, e gays – adorei!), decidir o rumo do relacionamento com Max, desatar os nós em sua cabeça (e coração), superar a rivalidade com Calliope, fazer sua grande entrada no baile de inverno vestida de Maria Antonieta (com direito a anquinhas e uma peruca imensa), e convencer-se de que Cricket é e sempre foi o cara.

Será que ela dá conta de tudo isso? Bom, ela é Lola, e isso já é um bom começo.

LEIA PORQUE...
A combinação trama divertida, mais personagens carismáticos, mais paixão juvenil só pode resultar em uma leitura deliciosa e cheia de frescor. Stephanie Perkins sabe realmente contar uma história adolescente sem cair na mesmice e nos estereótipos tontos.
E se você curtiu Anna e o Beijo Francês, não é novidade que Anna e St. Clair aparecem em Lola. Reencontrá-los também vale a leitura.

DA EXPERIÊNCIA...
Um livro que deu friozinho na barriga, e olha que já saí da adolescência há uns bons anos – sou mais velha até que o Max, o namorado roqueiro que os pais da Lola não curtem por ser “velho demais” para ela..., e ele só tem 22. Pensando bem, penso que a experiência de ler Lola parece ser ainda mais intensa para aqueles que já não têm a idade da protagonista. É aquele velho lance da nostalgia e coisa e tal.
Em suma, não é uma leitura que muda vidas, e nem tem a pretensão de ser. É apenas divertidíssima. Demais.

FEZ PENSAR EM...
Taí um livro que daria uma comédia romântica deliciosa!

Título: Lola e o Garoto da Casa ao Lado
Título original: Lola and the boy next door
Autor(a): Stephanie Perkins
Editora: Novo Conceito
Edição: 2012
Ano da obra: 2011
Páginas: 288

“A Fantástica Coleção de Experiências” começou!

A Fantástica Coleção de Experiências 18 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 10 comentários


Ainda não falei desse “projeto” aqui no blog; por isso, antes de tudo, permitam-me apresentá-lo brevemente.

A FANTÁSTICA COLEÇÃO DE EXPERIÊNCIAS é uma forma de resgatar aquela sensação de deixar rastros nas coisas que consideramos especiais. Rastros para nós mesmos e para os demais – ainda mais nesses tempos em que tudo é digital, não palpável e ridiculamente obsoleto.

A Fantástica Coleção de Experiências é interagir e deixar seu rastro pessoal na leitura. Ao mesmo tempo, é como abrir um livro num sebo e descobrir trechos grifados, anotações ao pé de uma página, um poema antigo e de significado nebuloso... Coisas que um dia importaram para alguém e que assim, sem mais nem menos, caem em nossas mãos. Especial, não?.

A iniciativa é do blog QMD em parceria com a Editora Gaivota, e conta com a participação de mais 9 blogs convidados (o Livro Lab é um deles). Basicamente, um livro viajará por todos os blogs e nele tudo é permitido! Cada blogueiro deixará suas marcas; pode escrever, colar, grifar,... O resultado final, composto pela coleção de experiências de todos nós, será postado no QMD.

Como diz o título do post, A Fantástica Coleção de Experiências já começou. Depois do QMD, o Livro Lab é o primeiro blog da lista e o livro chegou ontem aqui em casa!

A propósito, creio que devo revelar que livro é esse, afinal. Escolha que coube perfeitamente na proposta, 60 CONTOS DIMINUTOS (da autora e ilustradora Marilia Pirillo) naturalmente convida o leitor a colocar um pouco de si mesmo em suas páginas. Mas vou deixar para falar sobre o livro mais adiante - por hora, vejam o livro no Skoob.



Enfim, só posso dizer uma coisa: vai ser bem bacana!
Daqui a alguns dias volto para dizer o que achei do processo de imprimir meus rastros no livro. E, claro, para resenhá-lo.
Aguardem! =)

Como escolher sua fantasia literária para o Halloween...

Halloween 17 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 6 comentários

Vi este infográfico no Bookish e não resisti... Basta responder às perguntinhas e voilà uma sugestão de fantasia literária para fugir do óbvio neste Halloween.

Apesar de estar em inglês, a brincadeira sugere personagens de livros conhecidíssimos de todo mundo – são clássicos ou best-sellers recentes. Vale conferir, responder as perguntas e – será? – pensar com carinho na sugestão de fantasia que der no resultado. =P

O meu resultado?? O garotinho Danny Torrance (O Iluminado, do titio King)! Se me arranjarem o triciclo e as gêmeas macabras para acompanhar, tô dentro!



Fonte: Bookish

Chez le Libraire : Du vent dans mes mollets, de Raphaële Moussafir

À la française 16 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 6 comentários


Já que recentemente andei falando de histórias com crianças e porque estamos, de fato, no “mês da criança”, a dica de leitura em francês deste outubro é nada menos que Du vent dans mes mollets, da francesa Raphaële Moussafir.

Assisti à adaptação cinematográfica, intitulada Feito Gente Grande, em maio no Festival Varilux de Cinema Francês 2013 (falei do filme aqui). E me apaixonei pela história, ambientada nos anos 80 e que é centrada na inocência e nas descobertas da infância que é quase pré-adolescência. Ler o livro está em meus planos – não tão imediatos – e tenho a sensação de que deve ser tão ou mais tocante quanto o filme.

Du vent dans mes mollets (infelizmente sem edição brasileira; mas ainda temos o filme, que é lindo) nos apresenta Rachel, uma garota solitária de 9 anos, cujos pais são um pouco severos demais e a fazem se consultar com uma psicóloga infantil. Na nova escola, Rachel conhece Valérie, uma menina espoleta e desbocada, com quem inicia uma amizade. Dia após dia, Rachel descobre o real significado da amizade, ao mesmo tempo em que começa a desenvolver um olhar mais maduro perante a vida. Entre gargalhadas e brincadeiras, a garota também percebe que a felicidade caminha lado a lado com as perdas.

Além do romance, a história também foi publicada em HQ na França. Mas por aqui, por enquanto, a opção é assistir ao filme e ler o livro – o romance mesmo – em francês.

DU VENT DANS MES MOLLETS, de Raphaële Moussafir, J’ai Lu.
RÉSUMÉ : Rachel a neuf ans, une institutrice humiliante, des parents vaches et une copine garce. A neuf ans, on est puni quand on donne son avis, on découvre des nouvelles sensations étranges, on expérimente son langage et son corps.

Depuis la rentrée, Rachel dort toute habillée avec son cartable. Ses parents décident de l'emmener consulter madame Trebla, une pédopsychiatre pleine de bonne volonté.

Cette grande petite fille dissèque son monde avec un regard drôle et acerbe dont la maturité étonne, amuse et choque. De fous rires en conflits, elle explore l'impitoyable monde de l'enfance. Un monde qui mène, parfois trop vite, vers celui des adultes...

Lis no Peito: um livro que pede perdão [Jorge Miguel Marinho]

Biruta 14 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 6 comentários


Só peço que você leia esta história com uma atenção meio distraída, sem armas, num gesto de entrega antes de julgar, qualquer coisa como pisar um território pela primeira vez e ir descobrindo a textura da terra com a planta dos pés.

Um livro extremamente sensível. E delicado. E cheio de poesia. Um livro para quem ama os livros e admira a arte de escrever.

Através do olhar de um escritor adulto conhecemos Marco César, um adolescente com jeito de assustado, até agressivo, cuja vida é um espetáculo no qual ele nunca está no palco, mas apenas o assiste lá da primeira fila. Até que ele conhece duas Clarices: uma é a garota da escola; a outra é a Lispector, a escritora.



Primeiro ele conhece Clarice, a garota da escola. Na realidade, apenas ouve sua voz; depois, a vê de relance. Leva um tempo até que ele veja seu rosto, tempo suficiente para nascer nele um amor tão belo e tão intenso como é o primeiro amor na adolescência. Marco vai saboreando cada nova descoberta; não é apressadinho e não pretende pular etapas. Ao contrário, ele adia cada passo e adia também o primeiro beijo, mas nem por isso deixa de devanear acerca do esperado momento.

Nunca se viram frente a frente mas não há a menor dúvida de que se encontraram nos esconderijos da imaginação. De que existe um grande amor e um livro muito especial esperando por você e por todas as outras pessoas do mundo, mesmo que esse encontro não passe de uma promessa (...)

E com a Clarice da escola, Marco passa a conhecer as palavras certeiras de Clarice Lispector. A garota Clarice é leitora voraz da Clarice escritora; já Marco encontra em suas histórias uma identificação singular, a busca por algo, ou quem sabe apenas uma forma de preencher certas lacunas.



Contudo, como diz o título, este é um livro que pede perdão. O narrador relata os acontecimentos e um crime cometido que nós, leitores, devemos julgar. Ao mesmo tempo, esse mesmo narrador (o escritor amigo de Marco) descreve com tamanha poesia o desabrochar do adolescente e a descoberta do amor, que vem acompanhado de suas alegrias, ansiedades e dissabores – ah, sim, estes também estão inclusos no pacote.

Lis no Peito são duas vozes em uma; a do narrador – que, por sua vez, também é a voz de Marco César, de certa forma –, e a de Clarice Lispector. Quase como se a escritora vagasse pelas páginas, encontramos nelas trechos de seus escritos; uma presença forte e indispensável para o desenvolvimento da trama, bem como para o amadurecimento dos personagens.

Clarice está ali, e tudo fica mais profundo, febril até. E melancolicamente mais belo.

LEIA PORQUE...
A narrativa é plástica, as frases são bonitas, simples e cheias de sentimento. E cada capítulo recebe como título um pequeno fragmento escrito por Clarice Lispector. Tem como não amar um livro assim?

DA EXPERIÊNCIA...
Sem um início e fim engessados, o livro colocou em minha mente uma imensidão de possibilidades. O caráter introspectivo do todo foi um motivo a mais para ter gostado tanto da leitura. Ah, outra coisa... o projeto gráfico é caprichadíssimo – dá vontade de ficar virando e revirando as páginas, olhando as cores, as aberturas dos capítulos...

FEZ PENSAR EM...
Se todos os amores fossem doces como o primeiro... Ou se nos fosse permitido ter vários primeiros amores ao longo da vida. Ainda que viessem as decepções, seria bonito de se ver, não?

Título original: Lis no Peito: um livro que pede perdão
Autor(a): Jorge Miguel Marinho
Editora: Biruta
Edição: 2011 – 4ª edição
Ano da obra: 2005
Páginas: 184

Livro + Filme: Zazie no metrô

À la française 11 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 5 comentários

Antes de sequer pensarmos em conhecer as sapequices – já velhinhas – da Punky Brewster ou do loirinho Dennis, o Pimentinha, já havia uma menina louquinha aprontando todas pelas ruas da Paris dos anos 50: a Zazie.

Zazie no metrô é uma das comédias mais divertidas a que já assisti, cujo livro de origem está entre minhas próximas leituras. Em 2009, a Cosac Naify lançou uma edição especial da obra em comemoração aos seus 50 anos – deixarei para falar mais sobre ela quando resenhar o livro.

Por hora, fiquem com a sinopse do livro (sugiro que dediquem uns longos minutos para espiá-lo melhor quando forem à livraria), e assistam ao filme. Nem que seja para fazer um pequeno revival das estripulias da infância (aquelas que a gente nunca teve coragem de fazer!). Sério, vale a pena; a garota é maluca, acreditem! E ela tem um sorriso contagiante.

LIVRO: Zazie no metrô, de Raymond Queneau, Cosac Naify.
SINOPSE: Zazie é uma menina do interior da França que vai a Paris pela primeira vez. Ela passa dois dias na capital, hospedada na casa de seu excêntrico tio Gabriel. No entanto, uma “grève” dos metroviários a impossibilita de realizar seu sonho: andar de metrô.

Indignada, a travessa Zazie se aventura pela cidade por conta própria, misturando-se ao caos urbano e criando ela mesma um "pequeno" caos.

Enquanto coloca à prova a paciência de seu tio, a menina explora a cidade, conhece estranhos personagens e vive situações cômicas.
FILME: Zazie no metrô (Zazie dans le métro, dirigido por Louis Malle, França/Itália, 1960.)



Um feliz Dia das Crianças para vocês, bebês!


Dois juvenis de décadas passadas que ainda encantam leitores

Diana Wynne Jones 10 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 12 comentários

Não importa quanto tempo passe, alguns livros permanecem na memória e, inclusive, criamos laços afetivos com suas histórias e personagens. Alguns chegam a acompanhar os leitores geração após geração.

Quando são infantojuvenis, então, parece que esses livros grudam na gente por toda a vida de um jeito mais intenso, talvez por remeterem à infância já perdida, ou simplesmente pela doçura e genialidade de seus elementos. Quem ainda duvida que daqui a algumas décadas ainda falaremos de Harry Potter com a mesma emoção de hoje, que é a mesma da época em que líamos os livros pela primeira vez?

Separei abaixo duas histórias inesquecíveis de décadas passadas (nascidas antes de mim!) que ainda mexem com os leitores de várias idades – provavelmente até mais com os já crescidos, que as conheceram quando crianças. E, claro, que ainda mexem comigo de um jeito especial.

VIDA ENCANTADA, de Diana Wynne Jones - série Os Mundos de Crestomanci


O que esperar de uma escritora que foi aluna de ninguém menos que J.R.R. Tolkien? Há mais de 30 anos atrás, a britânica Diana Wynne Jones concebeu a série Os Mundos de Crestomanci, cujo universo envolve bruxos, poderes mágicos, vidas paralelas e crianças encrenqueiras.

Só li Vida Encantada, o primeiro da série, que traz a história dor irmãos órfãos Gwendolen e Eric Chant; eles se mudam para o castelo do poderoso mago Crestomanci e passam a ter aulas de magia. Gwendolen sempre manifestou talento nato para a magia, enquanto Eric vivia às suas sombras, achando que nunca realizaria nada com um dom que não possuía. Porém, o fato de Crestomanci “ignorar” o tamanho talento de Gwendolen deixa a garota furiosa e disposta a aprontar.

O mais legal desse livro e que encanta a galera de várias gerações, além da escrita cativante de Jones, é o próprio universo criado por ela. Nele, cada pessoa nasce com nove cópias de si mesma, espalhadas por vários mundos paralelos. Agora, quando uma pessoa nasce sem as cópias, e com todas as nove vidas concentradas nela mesma, recebe o título de mago Crestomanci, e passa a ajudar a resolver problemas relacionados ao mau uso da magia nos mundos paralelos. Pois então, em dado momento, Gwendolen desaparece e deixa em seu lugar uma de suas cópias. E é seu irmão mais novo, Eric, quem terá que resolver as encrencas que virão.

Até hoje não sei bem por que não li os demais livros da série lançados no Brasil, já que na época me apaixonei por Vida Encantada. Em todo caso, recomendo o livro (e a série, afinal) para aqueles que desejam ler algo com crianças bruxas e poderes mágicos, mas que já leram e releram infinitamente a série Harry Potter – vale ressaltar que a série Os Mundos de Crestomanci veio bem antes de HP, e que algumas semelhanças são facilmente percebidas.

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE, de Roald Dahl


Uma história conhecida desde sempre – quem é que nunca assistiu à “clássica” adaptação nas sessões da tarde quando criança? –, com personagens infantis que denunciam grandes defeitos comportamentais e psicológicos dos seres humanos.

Publicado originalmente na década de 60, o livro conta as aventuras de cinco sortudos que encontram os bilhetes dourados para passar um dia na fábrica de chocolate do misterioso Willy Wonka. Eles são apenas crianças, mas é bem possível enxergá-los como adultos em miniatura, o que deixa tudo mais interessante e até – por que não? – ligeiramente complexo se pensarmos na personalidade desta garotadinha (e as causas por trás disso).

Além disso, a narrativa de Roald Dahl, por si só, é motivo para querer ler o livro, não importa se você já passou há muito da infância...

E ah, tem review de A Fantástica Fábrica de Chocolate aqui no blog.

Resenha: O sentido de um fim, de Julian Barnes

Julian Barnes 8 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 6 comentários


Eu descobri que esta pode ser uma das diferenças entre a juventude e a velhice: quando somos jovens, inventamos diferentes futuros para nós mesmos; quando somos velhos, inventamos diferentes passados para os outros.


Aos sessenta e poucos anos, Tony Webster recorre às lacunas de suas lembranças ao deparar com o passado. Uma herança inesperada o faz retomar contato com uma ex-namorada da adolescência, e abrir o baú das reminiscências acerca de Adrian Finn, amigo brilhante dos tempos de escola.

Entre ironia, imperfeições e a subjetividade do tempo, Julian Barnes reflete sobre a fragilidade dos alicerces da memória através das investigações de Tony.

PROMOÇÃO: Frida Kahlo

Sorteios e concursos 7 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 5 comentários

Promessa feita lá naquele vídeo em que mostrei minhas aleatoriedades da Frida, eis a promoção!

Como vocês viram (viram?) no vídeo, o livro é lindinho, daqueles que dá gosto ter na estante. É infantil; assim sendo, é uma maneira interessante de conhecer um pouquinho acerca da vida tão singular de Frida Kahlo e suas obras; uma introdução e um convite a, posteriormente, se aventurar em uma biografia mais densa. E para quem já a admira e coleciona livros sobre a pintora, com certeza esse aqui vai incrementar a coleção com um charme todo único.


SINOPSE DO LIVRO:
Em uma casa azul brilhante na Cidade do México nasceu, em 1907, uma menina muito especial.

A pequena Magdalena Carmen Frida, que era uma menina alegre, inteligente e muito sensível.

Neste livro, Carmen Leñero apresenta Frida Kahlo de forma sensível, utilizando uma linguagem poética que fará o pequeno leitor apaixonar-se pela pintora.

Ilustrado com obras de Frida, esta narrativa nos conta parte de sua infância e nos aproxima de seu universo tão rico e diverso.


PARA PARTICIPAR:
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CHANCES ADICIONAIS:
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FORMULÁRIO:
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IMPORTANTE:
- Para concorrer, é necessário ter um endereço no Brasil.
- Serão aceitas participações até 05/11/2013.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- Logo da publicação do resultado, enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.

Vi na Livraria: Meu coração de pedra-pomes, de Juliana Frank

Companhia das Letras 4 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 2 comentários


Meu coração de pedra-pomes foi lançado há pouco e, basicamente, atraiu minha atenção...
1. pelo título, um tanto imaginativo;
2. porque a autora tem ganhado considerável espaço dentre os jovens autores da literatura brasileira;
3. e pela “polêmica” em torno da narrativa assanhada e sem cerimônias – Juliana mostra não ter mesmo papas na língua (vide uma crônica dela lá no Blog da Companhia).

Como se não fosse suficiente, a própria Juliana Frank, ao falar de seus livros, não os adorna com excessos de pretensão. Pelo contrário, ela se refere a Meu coração como literatura menor, “um tipo de literatura que não muda nada”.

De fato, li numa entrevista que a narrativa da autora “não se parece com nada do que se convencionou chamar de jovem literatura brasileira, seja lá o que caiba nessa convenção. Não é ‘alta literatura’ nem tem ambição disso, não é fantasia nem juvenil, gêneros com os quais jovens autores do país vêm conquistando leitores”. Tal comentário coroou minha já existente curiosidade da mesma forma como a diminuta cereja coroa a espiral de chantilly de um sundae.

Nessa mesma entrevista, inclusive, a autora diz que optou por mudar de bairro após o lançamento de Quenga de Plástico, seu primeiro livro. Se seu texto cutucou os antigos vizinhos, deve ser ao menos digno de ser olhado mais de perto, penso eu.

E outra, se é para ler algo que envolva sexo, que sejam livros com conteúdo descarado, narrativa interessante, e que explorem algo de humor; em vez de romances açucaradinhos com cenas de sexo safado que fazem pouco mais que ruborizar bochechas...

MEU CORAÇÃO DE PEDRA-POMES, de Juliana Frank, Companhia das Letras.
SINOPSE: Lawanda, 19 anos, trabalha num hospital, mas não está ali para lidar com os pacientes – não oficialmente, pelo menos. Ela é uma das encarregadas da limpeza e vive sob a fiscalização da insuportável Lucrécia, que insiste em controlar seus horários e reclamar de seus atrasos. Mas, como os serviços de faxina são muito mal pagos, Lawanda precisa de outros meios para conseguir comprar os besouros que coleciona (ainda que sua mãe preferisse que ela poupasse para adquirir um apartamento). Assim, presta pequenos serviços escusos aos internos do hospital. Ela também é colecionadora de borboletas, que costura com esmero em suas calcinhas, sempre usando a linha da mesma cor das asas. Faz esta e outras macumbas para que seu amado José Júnior largue a mulher de uma vez e fique só com ela. Na cama, Lawanda sabe que é imbatível, mas a pressão das tias velhas é grande e o rapaz tem dificuldades de se libertar.

Com humor sagaz e desbocado, Juliana Frank narra as várias facetas do universo fantástico dessa jovem mulher que foge a todas as convenções. Elogiada por escritores como Clara Averbuck e Reinaldo Moraes (Juliana é inclusive uma das roteiristas do filme Pornopopeia, inspirado no livro de Reinaldo), a autora se firma na nova cena literária brasileira com seus escritos polêmicos, que vão desde as memórias de uma ex-atriz pornô - uma “filosoquenga”, segundo ela – até as mais variadas formas de loucuras e taras de toda sorte.


E aí, quem quer me dar esse livro de presente??!! =P

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