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Livro + Filme: Mary Poppins

Clássicos 30 de abril de 2014 Aline T.K.M. 8 comentários

Clássico da Disney que marcou a infância de todo mundo (todo mundo mesmo!), o filme Mary Poppins trata-se de uma adaptação livre da série homônima, composta por oito livros, da britânico-australiana Pamela Lyndon Travers – ou apenas P.L. Travers.

E a boa nova é que a Cosac Naify está lançando uma nova edição do primeiro livro da série, com ilustrações do estilista Ronaldo Fraga. Feitos como croquis de moda, segundo o site da editora, os desenhos de Fraga foram bordados em tecido e então fotografados para o livro; certamente um trabalho que vale a pena ser conferido de perto.

Além de adicionar o livro à listinha de desejados, convido os leitores a voltar no tempo e relembrar essa delícia de filme (olha a dica para o feriado aí, gente!), que ganhou cinco das 13 indicações ao Oscar obtidas.

LIVRO: Mary Poppins, de P.L. Travers (ilustrações de Ronaldo Fraga), Cosac Naify.
SINOPSE: Mary Poppins é uma babá inglesa que chega inesperadamente – trazida por uma ventania! – para cuidar das crianças Banks.

Dotada de magia, ela logo conquista a amizade dos pequenos e, todos os dias, lhes apresenta os mistérios e as maravilhas que os cercam.

A edição traz ilustrações de Ronaldo Fraga, tradução de Joca Reiners Terron e posfácio de Sandra Vasconcelos (professora de literatura inglesa da USP).

FILME: Mary Poppins (dirigido por Robert Stevenson, EUA, 1964)
http://youtu.be/CDY-jgiDhio


(Pseudo) Caixa do Correio – abril 2014

Companhia das Letras 28 de abril de 2014 Aline T.K.M. 6 comentários


Livros de parceiros, promoções de blogs e do Skoob. Enfim, caixa cheia em abril! Vem ver:

http://youtu.be/BaooFk6XxWM
Tocou no vídeo: Thrillseeker - The Divine Comedy


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Curta-metragem: “Silent”

Curta-metragem 26 de abril de 2014 Aline T.K.M. 4 comentários


Artistas de rua, um pai e sua filhinha encontram magia dentro de um velho cinema. Silent é uma verdadeira homenagem à sétima arte!

Eu amei esse curta, e vocês?!

http://vimeo.com/86542938
Título: Silent
Criação de Moonbot Studios

Para quem curtiu, vale a pena assistir ao making of dele AQUI.


Vi na Livraria: A Desumanização, de Valter Hugo Mãe

Cosac Naify 24 de abril de 2014 Aline T.K.M. 8 comentários


O QUE ME INTERESSOU NA ÚLTIMA IDA À LIVRARIA...

Porque acabou de ser lançado no Brasil.
Porque ler algo do português Valter Hugo Mãe está na minha lista mental de metas há tempos.
Pela curiosidade e atração em relação à Islândia.
Porque com esta sinopse foi paixão à primeira lida...

A DESUMANIZAÇÃO, de Valter Hugo Mãe, Cosac Naify.
Onde comprar: Livraria Cultura | Saraiva | Cosac Naify Loja Virtual
SINOPSE: "Mais tarde, também eu arrancarei o coração do peito para o secar como um trapo e usar limpando apenas as coisas mais estúpidas."

Na paisagem inóspita dos fiordes islandeses, uma menina de 11 anos nos conta, de maneira especial, o que lhe resta depois da morte da irmã gêmea. Um livro de profunda delicadeza em que a disciplina da tristeza não impede uma certa redenção e o permanente assombro da beleza.

O livro mais plástico de Valter Hugo Mãe. Um livro de ver. Uma utopia de purificar a experiência difícil e maravilhosa de se estar vivo.

"Provavelmente, o melhor romance de Valter Hugo Mãe."
Público

"Uma ode fervorosa a um país distante e gélido."
Jornal de Notícias



Em cartaz: Pau Brasil

Em cartaz 23 de abril de 2014 Aline T.K.M. 4 comentários


Baseado no livro homônimo de Dinorah do Valle, que participou do roteiro, porém veio a falecer antes do término da produção, Pau Brasil é visto – tanto em termos de qualidade técnica, como no desenvolvimento da temática – como fruto do amadurecimento do cinema baiano.

Duas famílias que rivalizam entre si vivem uma em frente à outra, em casas simples situadas num vilarejo nos confins do sertão nordestino. O artesão Nives (Bertrand Duarte) é casado com a fogosa Juraci (Fernanda Paquelet), cujo amor transborda para além do matrimônio. Vivem com o filho e abrigam um sem-teto. Do outro lado da rua, habitam o severo Joaquim (Osvaldo Mil) – com seu excesso de moralismo hipócrita – a esposa calada, duas filhas adolescentes e um bebê. Os acontecimentos envolvendo as duas famílias ditarão o destino desses pobres personagens.

“Pau Brasil”: cinema baiano encanta com trama insólita povoada pela presença do hostil

O espectador tem perante si uma história insólita, cujos integrantes vão de um extremo a outro e se encontram inseridos em um ambiente hostil, desprovido de tudo, tal qual a rua de terra batida que separa as casas das duas famílias. Aí brotam elementos capazes de encantar as dezenas de pares de olhos que miram a telona.

Juraci oferece um amor aberto, livre de amarras, e demonstra afeição sincera nos cuidados para com o filho e marido. Nives, tido por “corno manso” pelos demais homens do entorno, é atencioso com a família e não faz caso ao excesso de fogo da mulher. Sua alma está a um passo além dos conflitos mundanos, e é isso o que o personagem tratará de revelar-nos até o desfecho da história.

Já as pregações e o moralismo de Joaquim, simpatizante de uma boa surra com chicote para corrigir os “desvios” das filhas, provam não serem sinônimos de limpidez de caráter. Aliás, é bem o contrário. Suas acusações repletas de agressividade são, talvez, o silenciador que mais lhe convém para seus atos nada pudicos.

No vilarejo de Pau Brasil nada é exatamente o que aparenta ser. O isolamento do local é como estufa para o cultivo das maldades e falatórios perniciosos; sair dali só é possível mediante a travessia de águas a perder de vista, feita em poucos barcos paupérrimos que transportam um por vez – talvez uma espécie de rota purificadora, necessária para a “libertação”.

Nessa terra de injustiças, os jovens carregam o peso dos atos e palavras dos adultos. Como o menino de Nives e Juraci, vítima de preconceito por ser “filho negro de pais brancos”; ou as duas meninas de Joaquim, perfeitos opostos, possível reflexo das contradições do pai e da extrema submissão da mãe.

Nessa terra de injustiças, quem é que paga o preço, afinal?


http://youtu.be/0aMjc_cofdE

NOTA: 8/10
ESTREIA: 24/04

Pau Brasil – 98 min.
Brasil / Alemanha – 2009
Direção: Fernando Belens
Roteiro: Fernando Belens, Dinorah do Valle
Elenco: Bertrand Duarte, Osvaldo Mil, Fernanda Paquelet, Arany Santana, Milena Flick, Rita Brandi, Edlo Mendes

O corpo em que nasci [Guadalupe Nettel]

Autobiografia 21 de abril de 2014 Aline T.K.M. 3 comentários


Ela nasceu com uma mancha branca na córnea direita que tornava sua visão borrada e lhe dava aspecto estrábico. O uso de curativos sobre o olho foi um verdadeiro suplício que marcou a primeira infância da menina mexicana.

Tida por si mesma como uma espécie de Gregor Samsa, a autora e protagonista deste relato autobiográfico é estranha aos demais e a si própria. Em O corpo em que nasci, Guadalupe Nettel narra sua infância e juventude de maneira muito direta, inserida em uma vida marcada por contradições e pela baixa estima de si mesma.

Vida repleta também de descobertas. Do próprio corpo, quando criança, nas escadas de serviço do prédio em que vivia; mais adiante, do amor e das relações com o sexo oposto. De diferentes culturas e classes sociais na escola, durante os anos vividos em Aix-en-Provence, no sul da França, onde conheceu outros estrangeiros – vários deles mantidos “à margem” pelos franceses. Do submundo dos boêmios e artistas, em contraste com a juventude burguesa do liceu franco-mexicano que frequentou ao retornar ao México.

Sendo ela mesma uma freak, sua prosa busca nos aproximar de outros outsiders, a quem aprendemos a admirar – eles são, de fato, mais interessantes do que toda a massa dita “normal”. Dotada de uma personalidade forte, mas algo introspectiva e até antissocial, a protagonista revela detalhes que, de tão preciosos, ganham aspecto quase lírico na mente do leitor. Como, por exemplo, a existência de pessoas que adquirem importância vital em algum momento de nossas vidas, ainda que nunca cheguem a tomar conhecimento disso. (Tomei aqui a liberdade de dizer “nossas” porque esse tipo de evento não é raro em minha vida, e imagino que não deva ser na de vocês.)

Filha de pais bastante liberais, a convivência forçada com o conservadorismo da avó não contribuiu para amenizar a distância da mãe e a falta de notícias do pai. A senhora – estava mais para uma velha saída do século XIX, segundo Guadalupe – exercia distinções de gênero entre a menina e o irmão de forma até impiedosa.

Durante a infância nos anos 70 e a juventude na década de 80, a narradora enfrentou o desafio de aprender a aceitar a si mesma quando os demais pareciam não aceitá-la. A época considerada dourada para a maioria foi para ela uma jornada – pontuada por descobertas, mudanças e incertezas – rumo ao autoconhecimento e à reconciliação consigo mesma.

Por conter referências que vão desde García Márquez até Almodóvar, passando por The Cure e Luis Buñuel; pela prosa irresistível; ou simplesmente por se tratar de um livro impossível de largar: O corpo em que nasci merece ser lido em algum momento da vida – o quanto antes, se possível.

O corpo em que nasci faz parte da coleção OTRA LÍNGUA, lançada em 2013 pela Editora Rocco e que traz autores que compartilham a mesma língua: o espanhol latino-americano.

LEIA PORQUE...
A prosa conquista pela sinceridade, ainda que, segundo a própria autora, as interpretações sejam inevitáveis. Rico em cada aspecto e detalhe.

Para aqueles que dirão “ah, mas não curto biografia...”, este aqui tem ares de ficção - baseada, claro, na vida da escritora.

DA EXPERIÊNCIA...
Lembra quando falei que Águas-fortes cariocas foi o melhor que li da coleção Otra Língua até agora? Então, O corpo em que nasci superou! E digo mais: este pequeno de duzentas e poucas páginas já entrou para os meus três favoritos do ano (salvo se acontecer algo estrondoso e caírem livros muito, muito extraordinários em minhas mãos).

FEZ PENSAR EM...
“A incrível e triste história da Cândida Erêndira e sua avó desalmada”. O conto, do Gabriel García Márquez, é lido e apreciado às escondidas pela protagonista, que encontra nele um pouco de si.

Título: O corpo em que nasci
Título original: El cuerpo en que nací
Autor(a): Guadalupe Nettel
Tradução: Ronaldo Bressane
Posfácio: Juan Pablo Villalobos
Editora: Rocco (coleção Otra Língua)
Edição: 2013
Ano da obra: 2011
Páginas: 224
Onde comprar: Americanas.com | Submarino | Livraria Cultura | Livraria Cultura (e-book) | Amazon (edição Kindle)

Quote da quinzena #6

À la française 18 de abril de 2014 Aline T.K.M. 7 comentários


É da natureza das coisas acabar mal. Era preciso começar por não começar. Saber parar antes que começasse.

Não se deve tocar em nada, sobretudo não limpar, desinfetar, esterilizar o rico adubo onde o amor nasceu, ordenar e desequilibrar as relações orgânicas nas quais ele desabrocha.

Não gosto da psicologia de suas profundezas. Parece que o que perdemos uma vez, somos condenados a perdê-lo sempre indefinidamente. Parece que os primeiros caminhos que abrimos, deles não saímos, ficamos dando voltas neles para nos encontrarmos. Como doentes... Resultado, eu como que calei minha própria voz. Não me ouvem mais.

“Diga-me algo com tato ou mato!...”

Baixo Calão, de Réjean Ducharme.



5 motivos para ler Haruki Murakami

5 motivos para ler 16 de abril de 2014 Aline T.K.M. 13 comentários


Filho do pós-guerra, Haruki Murakami nasceu em 12 de janeiro de 1949, em Kyoto, Japão. Cresceu em Kobe e, mais adiante, concluiu seus estudos universitários em artes dramáticas na Universidade de Waseda. Após a faculdade, Murakami abriu um pequeno bar de jazz em Tóquio – o Peter Cat – e o manteve durante sete anos.

A inspiração para começar a escrever seu primeiro livro surgiu de repente, enquanto assistia a um jogo de baseball entre os Yakult Swallows e o Hiroshima Carp. Naquela mesma noite ele começou a escrever.

Após um tempo na Europa, Murakami morou nos EUA por alguns anos com sua esposa, e lá foi professor na Universidade de Princeton. Também ensinou na William Howard Taft University.

Já no campo da escrita, o escritor tem como influências literárias os americanos Raymond Chandler, Kurt Vonnegut e Richard Brautigan.

Cinco motivos para ler um dos autores mais importantes da literatura japonesa atual? Confere aí:

Fan art de 1Q84 (peguei daqui)
1. Popular e bastante admirado pelos jovens, Haruki Murakami também caiu no gosto da crítica. O escritor coleciona prêmios, entre os quais o Prêmio Literário Yomiuri, concedido a importantes nomes da literatura japonesa. Ganhou o Prêmio Franz Kafka e o Frank O’Connor International Short Story Award, entre outros. Murakami também já concorreu algumas vezes ao Prêmio Nobel de Literatura, porém não saiu vencedor – ainda.

2. A prosa de Murakami conquista. Impossível não se deixar envolver por suas trama e personagens. Além das referências pop e algo de filosofia, a presença do surreal é uma constante em seus livros. O autor mistura elementos fantásticos aos eventos mundanos, fazendo com que se crie mistérios e caraminholas na mente de seus protagonistas – e na do leitor também!

3. O escritor japonês é fã de jazz e é adepto da corrida como esporte – ele até corre maratonas.

4. Com fortes influências ocidentais, Haruki Murakami traduziu para o japonês diversas obras de autores americanos, como F. Scott Fitzgerald, John Irving, Raymond Carver, Raymond Chandler, e outros.

5. Suas histórias possuem alguns elementos em comum, como música clássica e gatos. A existência de mundos paralelos e até certa fixação por orelhas também são aspectos que encontramos nas tramas.

PRINCIPAIS OBRAS:
Norwegian Wood (1987)
Dance Dance Dance (1988)
Minha Querida Sputnik (1999)
Kafka à beira-mar (2002)
Após o anoitecer (2004)
Do que eu falo quando eu falo de corrida (2007)
1Q84 (2009-2011)


Resenha: Azul é a cor mais quente, de Julie Maroh

Francês 14 de abril de 2014 Aline T.K.M. 17 comentários

Resenha da HQ Azul é a cor mais quente, de Julie Maroh

Graphic novel que deu origem ao – lindo – filme dirigido por Abdellatif Kechiche, Azul é a cor mais quente fala sobre o relacionamento amoroso entre duas garotas, Clémentine e Emma.

Garota comum, ainda estudante do liceu, Clém se descobre atraída por garotas. Tudo passa, então, a girar em torno do encantamento provocado pelo surgimento de Emma em sua vida. O medo e a reprovação que partem de si mesma a assombram; são, claramente, reflexos da visão limitada e conservadora dos pais, dos amigos (principalmente das amigas), enfim, da própria sociedade.

Sua história com Emma se transforma em um turbilhão de amor, desejo e conflitos – um dos quais atende por Sabine, a então companheira de Emma, além da não aceitação dos pais de Clémentine.

PROMOÇÃO: O Jantar

Sorteios e concursos 11 de abril de 2014 Aline T.K.M. 17 comentários


Essa é para os apreciadores de um bom thriller psicológico... O Jantar, do holandês Herman Koch, foi uma leitura e tanto, um livro deliciosamente perturbador – leia o review dele aqui.

Então, quem está a fim de ganhar um exemplar de O Jantar?

PARA PARTICIPAR:
Residir no Brasil.
Preencher o formulário Rafflecopter com as duas primeiras entradas (obrigatórias). As demais entradas são opcionais e oferecem chances adicionais.

FORMULÁRIO:
a Rafflecopter giveaway

IMPORTANTE:
- Para concorrer, é necessário ter um endereço no Brasil.
- Serão aceitas participações até 12/05/2014.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- Logo da publicação do resultado, enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.
- O prêmio será enviado dentro do prazo de 30 dias, contados a partir do recebimento dos dados da pessoa sorteada.


(Pseudo) Caixa do Correio – março 2014

Benvirá 9 de abril de 2014 Aline T.K.M. 8 comentários


Recebi bastante coisa! Só que sempre acontece um "fenômeno" interessante: um dia depois de ter gravado o vídeo com o correio do mês, começo a receber mais coisas. Aí já era, vídeo gravado, fica para o próximo mês. Se fosse uma, duas vezes, ok; mas é sempre! Com vocês acontece isso também?!

http://youtu.be/ZZWFLSHUvCU
Tocou no vídeo: O segundo sol - Cássia Eller

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Resenha: O Jantar, de Herman Koch

Herman Koch 7 de abril de 2014 Aline T.K.M. 16 comentários

Resenha do livro O Jantar, de Herman Koch

Em evidência estão as aparências e a negação, tanto dos problemas familiares como também de qualquer coisa que ameace romper a redoma que envolve a imagem – ilusória – da “família feliz”. Assim é O Jantar, do holandês Herman Koch: um thriller psicológico dos mais sensacionais que tive o prazer de ler recentemente.

Vi na Livraria: Nova Gramática Finlandesa, de Diego Marani

Companhia das Letras 4 de abril de 2014 Aline T.K.M. 6 comentários


O QUE ME INTERESSOU NA ÚLTIMA IDA À LIVRARIA...

Publicado originalmente na Itália no ano 2000, Nova Gramática Finlandesa foi lançado em março pela Companhia das Letras. Ovacionado pela crítica, o livro ganhou diversos prêmios e virou best-seller na Europa.

Diego Marani, o autor, é romancista, ensaísta, colunista, e também atua como linguista oficial da União Europeia.

Tem cara de leitura fascinante, não sei, palpite. Além disso, ainda me atrai por ser de autor italiano – gostaria de ler/conhecer mais escritores do país.

NOVA GRAMÁTICA FINLANDESA, de Diego Marani, Companhia das Letras.
Onde comprar: Livraria Cultura | Livraria Cultura (e-book) | Amazon (edição Kindle)
SINOPSE: Trieste, 1943. Um homem à beira da morte chega a um navio-hospital alemão atracado no porto da cidade. Com um grave ferimento na cabeça, sem documentos, memória ou capacidades linguísticas, recebe o tratamento de um médico finlandês que se convence, pautado pelos poucos indícios disponíveis, de que está diante de um conterrâneo.

Enquanto cuida de sua saúde, o médico lhe ensina a língua finlandesa, confiando que assim o ajudará a redescobrir sua identidade. Os dois são cúmplices nessa jornada de exílio e autoconhecimento, que vai levá-los “de volta” a Helsinki.

Remontando às narrativas que povoam o imaginário coletivo, como a de Rômulo e Remo, Mogli e Kaspar Hauser, Nova Gramática Finlandesa é um romance que mistura elementos de suspense e reflexões poéticas sobre a formação da identidade, a aquisição da linguagem, as guerras e os mitos de fundação de uma nação.


Em cartaz: Belém: Zona de Conflito

Conflito árabe-israelense 2 de abril de 2014 Aline T.K.M. 4 comentários


Ao abordar a confiança na relação complicada entre um adolescente palestino e um agente do serviço secreto israelense, Belém: Zona de Conflito não é um filme “fácil”, por assim dizer.

Sanfur (Shadi Mar'i) leva uma vida dupla. O adolescente palestino é informante do serviço secreto israelense desde os 15 anos. Ele e Razi (Tsahi Halevi), o agente que o recrutou, mantêm há dois anos uma relação de confiança e amizade. O jovem fica dividido ao tentar manter a lealdade ao irmão – um militante palestino – e à família enquanto cumpre as demandas vindas de Razi. A relação entre agente e informante fica ainda mais complicada com a ocorrência de um atentado suicida em Jerusalém, e quando vem à tona o envolvimento de Sanfur nas atividades palestinas. O filme foi coescrito pelo jornalista Ali Wakad com base em suas experiências como correspondente na Cisjordânia.

“Belém: Zona de Conflito”: relação delicada entre jovem informante palestino e agente do serviço secreto israelense

Se Belém: Zona de Conflito fosse um quadro, diríamos ter sido pintado em apenas duas cores, completamente opostas entre si. De um lado, a figura do oficial do serviço secreto israelense derrama cuidados quase paternais, não hesitando em arriscar a própria vida em função de seu jovem informante palestino. O retrato de bom moço é complementado com a presença de uma mulher e duas crianças, pois Razi é, antes de tudo, um pai de família.

Na outra extremidade, nos é apresentado o adolescente Sanfur, cuja inocência foi há muito manchada pela violenta situação de seu ambiente. O garoto sofre e se vê envolto em dilemas; apesar do afeto que tem por Razi, sentimentos como o medo e o desejo de vingança disputam lugar na escolha de seus atos.

Quase como um conto infantil, em que a fronteira entre o bem e o mal é fortemente delimitada, o filme ainda tenta – até com certo sucesso, às vezes – colocar perante o espectador quão complexa é essa relação entre Razi e Sanfur, pontuada por conflitos morais e de ordem afetiva. Contudo, é impossível deixar de pensar nas figuras arcaicas de mocinho e bandido, rasas e repletas de inverdades e nuances ocultas.

Se agrada nas passagens de ação e violência, Belém: Zona de Conflito perde na falta de profundidade em relação ao conflito Israel-Palestina. Como mencionado inicialmente, o filme não é fácil, tanto pelos intermináveis 99 minutos na poltrona do cinema quanto por empurrar goela abaixo a imagem de Israel como sendo o mocinho absoluto da história.




NOTA: 5/10
ESTREIA: 03/04

Belém: Zona de Conflito (Bethlehem) – 99 min.
Israel / Alemanha / Bélgica – 2013
Direção: Yuval Adler
Roteiro: Yuval Adler, Ali Wakad
Elenco: Tsahi Halevi, Shadi Mar'i, George Iskander, Hitham Omari, Yossi Eini, Michal Shtamler, Tarik Kopty

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