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Semana do Consumidor Amazon | Livros

Quote da quinzena #10

À la française 30 de junho de 2014 Aline T.K.M. 2 comentários


Posso facilmente imaginar a vida de um jovem americano que vive a dez mil quilômetros daqui. Normal: tenho tevê e, no momento em que escrevo, devem estar passando pelo menos cinco seriados em que os personagens são jovens em colégios americanos. [...] Mas sua vida, Gazaman, não consigo imaginá-la. E isso não é normal.

A praia é o único lugar onde podemos esquecer que estamos presos num buraco chamado Faixa de Gaza. Ninguém consegue imaginar o que é esse negócio se nunca esteve aqui. A maneira mais simples de descrever o lugar é enumerando tudo o que ele não tem. Depois disso, imagino que dê para ter alguma ideia: não há rios, não há florestas, não há montanhas, não há vales, não há monumentos históricos, não há centros comerciais tinindo de novos, não há belas ruas com cafés e lojas de luxo, não há grandes parques onde as famílias possam fazer piqueniques, não há zoológicos.

É estúpido, é assim, é a guerra. A guerra imbecil em que israelenses matam palestinos, palestinos matam israelenses, e lá vamos nós, começamos uma nova rodada, mas quem mesmo começou? Eles? Nós? Você? Eu? Ninguém se lembra. Memória curta, lapsos de memória, amnésia, hipocrisia, má-fé, agora vamos recomeçar só para ver quem mata mais, quem é o mais forte [...]

Uma garrafa no mar de Gaza, de Valérie Zenatti.


Olhe para mim [Jennifer Egan]

Intrínseca 27 de junho de 2014 Aline T.K.M. 6 comentários


Jennifer Egan nos brinda novamente não com uma, mas diversas tramas que se misturam, dão voltas, se enrolam e desenrolam em uma busca comum a todas elas: a da identidade.

Começamos com Charlotte Swenson, que em primeira pessoa dá sua perspectiva dos fatos. Após um acidente de carro a caminho de Rockford, sua cidade natal, a então modelo tem seu rosto extremamente ferido. Com a reconstrução facial – e 80 parafusos de titânio – seu rosto não é mais o mesmo; ainda bonita, mas irreconhecível, Charlotte é quase uma estranha em uma Nova York hostil, um mundo onde ela já não encontra o mesmo prestígio.

Em seguida e através de um narrador onisciente, somos apresentados aos demais personagens. A também Charlotte, uma adolescente desiludida que começa uma relação com um homem mais velho, mantendo duas vidas paralelas; e seu irmão mais novo, recém-saído de um câncer. Moose, um acadêmico antissocial; Anthony, um detetive particular alcoólatra; e um sujeito misterioso que vive trocando de nome, endereço e sotaque, e que conspira contra a sociedade americana.

De maneira perversa, quase um aquário que recria o mundo em miniatura, Olhe para mim apresenta diferentes facetas do ser humano. Pessoas que guardam segredos – às vezes difíceis de carregar – e vivem múltiplas vidas. E que em uníssono gritam por socorro, mendigam olhares, imploram por compreensão.

Charlotte, a modelo, acaba por se aproximar de sua história pessoal, que até então renegava. O novo rosto é o anúncio de uma nova vida na qual é preciso encontrar seu lugar, um novo papel para desempenhar e novas soluções para alcançar velhos objetivos. Adentrar a sala espelhada da fama requer mais do que ela imagina.

Já Moose, encerrado em seus conhecimentos e dono de uma visão singular (e obsessiva) para a qual procura o herdeiro certo, caminha em direção à coletividade e ao futuro de uma humanidade há muito condenada. E Charlotte, a menina, até poderia ser a herdeira da visão de Moose – que é seu tio e passa a lhe dar aulas –, não fosse o fato de não estar inteiramente envolvida com isso. Carente de atenção e mergulhada em dilemas, a adolescente deixa a meninice colorida para trás enquanto se transforma em uma mulher de olhar suficientemente cinzento.

Jogando com a ideia do coletivo/individual e do público/privado, a trama caminha por vias tortas, levando os personagens rumo ao fundo do poço até que o desespero decida ditar as regras. Afinal, quanto de sua vida pertence mesmo a você? A necessidade de amor; o conhecimento que atinge a obsessão; a busca pela fama e reconhecimento; o ódio e a conspiração... Tudo isso é capaz de tomar as rédeas e nortear os rumos de um ser humano. E o que dizer da era do virtual, onde vidas são compartilhadas, assistidas e lidas como capítulos de uma interminável novela? No meio do caminho fica a identidade, esperando ser achada, embalsamada num véu quase utópico.

De repente, perde-se tudo. Abundam a solidão e as lacunas. É preciso encontrar-se a si mesmo – pela primeira vez – e saber o que fazer com aquilo que foi encontrado.

LEIA PORQUE...
Egan faz um bem-bolado inteligente abordando a superficialidade e as aparências, o sentimento, a identidade e questões mais profundas. Livro para pensar.

DA EXPERIÊNCIA...
Leitura excelente. Mas, ao contrário de muitas opiniões que vi por aí, não achei o livro melhor ou pior que A visita cruel do tempo; penso que ambos são ótimos, cada qual à sua maneira, e que não há muito lugar para comparações.

FEZ PENSAR EM...
Bubble Gum, da francesa Lolita Pille. Apesar de diferir no estilo da narrativa, este último também visita o mundinho do glamour e da fama – e o que há de podre nele.


Título: Olhe para mim
Título original: Look at me
Autor(a): Jennifer Egan
Tradução: Adalgisa Campos da Silva
Editora: Intrínseca
Edição: 2014
Ano da obra: 2001
Páginas: 432
Onde comprar: Submarino | Saraiva | Saraiva (eBook) | Livraria Cultura | Livraria Cultura (eBook) | Amazon (edição Kindle)

Dia do Imigrante: 3 livros sobre mudar de país

Companhia das Letras 25 de junho de 2014 Aline T.K.M. 8 comentários

Hoje, 25 de junho, é o Dia do Imigranteexistem controvérsias em relação à data exata. Dia de ir no Google checar quando é mesmo aquela festa italiana regada a massas, ou então a festa japonesa. Dia de receber da professora um desenho para colorir - #temposdeescolafeelings. E dia de lembrar que essa data diz respeito a todo brasileiro, povo que tem no sangue histórias tão longínquas quanto antigas.

A imigração, a expatriação, e até mesmo a condição de refugiado sempre foram temas interessantes na literatura. Por isso a ideia deste post: selecionei 3 livros (contemporâneos) que abordam a situação de estar na pele do estrangeiro, de viver em um país diferente do seu – ainda que temporariamente. Isso significa, muitas vezes, ter de se adaptar a uma cultura totalmente nova, ter de lidar com a solidão e com o sentimento de não pertencimento.

Enfim... os livros! Dois deles li há um tempo (e deixo o link dos respectivos reviews), e o terceiro está entre minhas próximas leituras.

PERSÉPOLIS (Marjane Satrapi)
Nesta HQ autobiográfica, Marjane é uma garota iraniana que é enviada por seus pais para viver na Áustria aos 14 anos, devido aos conflitos relacionados à queda do xá e à instauração de uma República Islâmica no Irã.

Marjane descobre a cultura ocidental enquanto tenta encontrar-se a si mesma longe da família e de um lar de verdade.

Leia o review do livro.

O FIO (Victoria Hislop)
Na cidade de Tessalônica, a história de Dimitri e Katerina se entrelaça com a história recente da Grécia, passando pela guerra com a Turquia (e a troca de populações), a luta contra os nazistas, a guerra civil...

O Fio traz uma história de amor, mas também a história de um povo, de perdas, calamidades e contrastes.

Leia o review do livro.

OS HUNGARESES (Suzana Montoro)
Rozália vive em um vilarejo húngaro que, certo dia, passa a ser controlado pela Iugoslávia, iniciando a imigração do povo húngaro mundo afora. Rozália e sua família – e outros tantos hungareses – vão parar no Brasil, onde participam de uma comunidade em que permanece parte dos hábitos e da cultura húngara.

Unindo ficção e realidade, o romance retrata a saga de imigrantes húngaros que se estabeleceram no Brasil depois da Primeira Guerra Mundial.

Na fila de leitura.


5 motivos para ler David Foenkinos

5 motivos para ler 23 de junho de 2014 Aline T.K.M. 8 comentários

5 motivos para ler David Foenkinos
Nascido no dia 28 de outubro de 1974, em Paris, David Foenkinos é considerado atualmente um dos melhores escritores de sua geração na França. Estudou Letras na Sorbonne e é um grande admirador dos livros de Albert Cohen, principalmente Bela do Senhor. Foenkinos é formado também em Música (jazz) e já foi professor de guitarra.

Aos 27 anos publicou seu primeiro livro, intitulado Inversion de l’idiotie : de l’influence de deux Polonais, que recebeu o prêmio François Mauriac. Em 2011, Foenkinos esteve em quarto lugar na lista dos escritores mais vendidos do ano na França. Ainda, o escritor esteve presente na Flip, em 2009.

Saibam que David Foenkinos está no meu top 5 de autores preferidos. Conversas à parte, vamos aos cinco motivos...

Quote da quinzena #9

Daniel Galera 20 de junho de 2014 Aline T.K.M. 4 comentários

Tu pode deixar para trás um filho, um irmão, um pai, com certeza uma mulher, há circunstâncias em que tudo isso é justificável, mas não tem o direito de deixar para trás um cachorro depois de cuidar dele por um certo tempo [...] Os cachorros abdicam pra sempre de parte do instinto pra viver com as pessoas e nunca mais podem recuperá-lo por completo. Um cachorro fiel é um animal aleijado. É um pacto que não pode ser desfeito por nós. O cachorro pode desfazê-lo, embora seja raro. Mas o homem não tem esse direito [...]

O repertório de carícias de uma pessoa é uma coisa comovente de se pensar. Por que toca nas outras dessa ou daquela maneira. Vem de tantos lugares.

Eu brinco com minhas amigas que a gente tá vivendo a Era do Tá Foda. É uma sociedade inteira despreparada pro sofrimento ou consciente demais do sofrimento. Quanto mais a gente compreende e trata o sofrimento mais a gente acha que sofre e ao mesmo tempo o sofrimento dos outros começa a parecer frescura.

Barba ensopada de sangue, de Daniel Galera.


Leituras do mês - maio 2014

Companhia das Letras 18 de junho de 2014 Aline T.K.M. 4 comentários


Maio foi um mês de poucas leituras, mas bem proveitosas. Adorei todas elas.

http://youtu.be/Lv2S9-9dgAs
Tocou no vídeo: Face aux étoiles – Gaëtan Roussel (AMO! E essa música é do último álbum, enviado diretamente da França por um amigo – Nico, amo-te!)


POSTS RELACIONADOS:
Review: Cyrano de Bergerac
Review: Em caso de felicidade
Review: Nu, de botas


Resenha: Em caso de felicidade, de David Foenkinos

David Foenkinos 16 de junho de 2014 Aline T.K.M. 4 comentários

Resenha do livro Em Caso de Felicidade, de David Foenkinos

No livro Em caso de felicidade, David Foenkinos nos embala em uma trama repleta de reviravoltas sobre o amor, o conceito (e a percepção) de felicidade, o “eu” e o “outro”.

Tudo parecia ir às mil maravilhas entre Jean-Jacques e Claire. Casados há oito anos e pais de Louise, a união parecia perfeita aos olhos dos amigos do casal. Na realidade, o tédio e a mesmice haviam tomado conta da relação há tempos. Até que Jean-Jacques, influenciado por um amigo próximo, resolve que é hora de ter uma amante e se rende à beleza de Sonia, sua colega de trabalho.

Claire até desconfia, mas não dá muita importância no início. Um dia, decide contratar um detetive para seguir o marido e tirar essa história a limpo. O que Claire não imaginava é que acabaria se envolvendo com Igor, o detetive que contratara.

Comprinhas no Peru

Compras 13 de junho de 2014 Aline T.K.M. 13 comentários


O que eu vim mostrar hoje não tem nada a ver com livros. São algumas outras coisinhas que comprei na minha viagem ao Peru (Cusco e Machu Picchu), no final de abril – já falei dos livros que comprei por lá no último (Pseudo) Caixa do Correio.

Neste vídeo aqui, mostro algo mais “mulherzinha”, itens de maquiagem, enfim..., coisa meio diferente do que costumo postar.

Espero que gostem; em todo caso, me digam o que acharam aí nos comentários!

http://youtu.be/B9zV9T5oAI8

Tocou no vídeo: Howl - Florence + the Machine


Quando tudo volta [John Corey Whaley]

John Corey Whaley 11 de junho de 2014 Aline T.K.M. 22 comentários


Sabe aquele tipo de história em que várias vidas sem qualquer conexão aparente entre si se cruzam e passam a afetar umas às outras? Quando tudo volta se encaixa nesse grupo e até poderia ter sido uma boa leitura, mas... Insosso e sem consistência, o livro não chega a ser ruim, muito embora esteja longe de ser considerado bom.

Em Lily, Arkansas, o irmão mais novo de Cullen Witter, Gabriel, desaparece sem deixar rastros. Enquanto isso, a cidadezinha desprovida de grandes perspectivas é agitada pelo suposto ressurgimento de um pássaro há muito tido como extinto. Na reta final da adolescência, Cullen tenta encontrar um sentido para tudo em meio ao caos que toma conta de sua família e de si mesmo.

Do alto de seus dezessete anos, Cullen Witter é quem norteia a narrativa na maior parte do tempo. Tem uma paixão platônica (como tantos outros garotos de sua idade) e costuma devanear com zumbis (como nem tantos outros garotos de sua idade, mas pode ser que eu esteja errada neste ponto).

Se a sinopse faz despertar a curiosidade, os primeiros capítulos tratam de ligeiramente desencorajar o leitor.

A ideia geral até traz alguma originalidade, de certa maneira. Mas são nas particularidades – ou na falta delas – que o autor escorrega. Caberia perfeitamente ali uma real dissecação dos personagens ditos “secundários” (que acabam sendo fundamentais à trama); um mergulho em seus anseios, motivações, dores e dúvidas. Mas, para a infelicidade daqueles que apreciam detalhes e personagens mais desenvolvidos, só lhes é reservada a superfície desses seres cujas vidas se tocam naquela cidadezinha tão sem graça quanto todo o resto. É, não se pode ter tudo na vida...

De desencorajado, no entanto, o leitor passa a experimentar lampejos de interesse lá pela metade do livro. Pelo menos o suficiente para garantir que a leitura seja levada até o fim. Um dos motivos para isso – senão o único – é a estrutura não cronológica da trama: passado e presente se alternam vez ou outra.

Ainda assim, durante todo o tempo permanece a sensação da falta de aprofundamento em relação aos personagens que, como consequência, parecem meio jogados a esmo e acabam não convencendo de todo. Mais ou menos como se lacunas importantes ainda aguardassem um preenchimento, mesmo depois de virada a última página.

Quando tudo volta é um livro difícil de definir, dada a ausência de força e personalidade tanto no geral como em aspectos específicos – os personagens, como dito acima. Não encontrando o “suspense tenso” e o fator inesperado prometidos pelos depoimentos do verso, só nos resta surpreender-nos com os prêmios ganhos, destacados na capa – estes, sim, verdadeiramente inesperados.

LEIA PORQUE...
... você realmente não tem nenhuma outra opção em mãos (o que é bem difícil, mas enfim). Uma leitura sem-sal, somente – e tão somente – para passar o tempo.

DA EXPERIÊNCIA...
Quando a não linearidade temporal é o único atrativo de uma narrativa, pode-se considerar se não teria sido mais interessante ter interrompido a leitura a meio caminho do fim.

FEZ PENSAR EM...
Alguém entendeu qual é a desse livro???


Título: Quando tudo volta
Título original: Where things come back
Autor(a): John Corey Whaley
Tradução: Carolina Caires Coelho
Editora: Novo Conceito
Edição: 2014
Ano da obra: 2011
Páginas: 224
Onde comprar: Fnac | Saraiva | Saraiva (e-book) | Livraria Cultura | Livraria Cultura (e-book) | Amazon (edição Kindle)

PROMOÇÃO: Cooltural 05 anos + blogs amigos

Sorteios e concursos 10 de junho de 2014 Aline T.K.M. 13 comentários


Neste mês de junho, o blog Cooltural comemora 05 anos de existência! Para comemorar, o blog aniversariante e blogs amigos sortearão 7 prêmios para 7 sortudos!

Esperando o quê?! Vem festejar com a gente!

PRÊMIOS:
Livro Lab: 01 exemplar de “O Chamado do Cuco“, de Robert Galbraith + 04 marcadores sortidos
Uma Janela Secreta: 01 exemplar de “Princesa Mecânica“, de Cassandra Clare
Menina da Bahia: 01 exemplar “Escola Nortuna“, de C. J. Daugherty
Minha Vida Literária: 01 exemplar “O Código do Apocalipse“, de Adam Blake
Cooltural: 01 exemplar “Por Toda a Eternidade“, de Kristin Hannah + 10 marcadores sortidos
Colecionadores de Histórias: 01 exemplar “Quando uma Garota Entra em um Bar…“, de Helena S. Paige (18+ apenas)
Leitora Compulsiva: 06 buttons personalizados (A Culpa é das Estrelas, Harry Potter, Jogos Vorazes, Divergente, Instrumentos Mortais e Percy Jackson)

PARA PARTICIPAR:
Residir no Brasil.
Preencher o formulário Rafflecopter com a primeira entrada (obrigatória). As demais entradas são opcionais e aumentam suas chances de ganhar.

FORMULÁRIO:
a Rafflecopter giveaway

IMPORTANTE:
- Ter endereço de entrega no Brasil.
- Preencher o formulário do Rafflecopter acima, ou na aba de formulários do Rafflecopter na fanpage do Cooltural.
- Apenas a primeira entrada é obrigatória, as demais são opcionais e extras, caso queiram aumentar suas chances de ganhar.
- A inscrição no sorteio é válida até às 12h do dia 30/06/2014, e o resultado será divulgado até às 21h do mesmo dia.
- Perfis exclusivos de divulgação de promoções serão desclassificados.
- O sorteio será realizado via Rafflecopter, serão sorteados 07 ganhadores. O primeiro sorteado escolherá seu prêmio dentre as opções disponíveis; o segundo escolherá o seu dentre as opções restantes, e assim por diante.
- Cada ganhador terá até 03 dias para responder ao contato via e-mail com nome e endereço completos.
- Os prêmios serão enviados pelos respectivos blogs que estão cedendo, exceto o exemplar “Princesa Mecânica” que será enviado pela editora. O prazo para o envio é de até 30 (trinta) dias após o resultado do sorteio.


(Pseudo) Caixa do Correio – maio 2014

Cusco 9 de junho de 2014 Aline T.K.M. 9 comentários


Falei muito, mas mostrei coisas bem legais que recebi/comprei/troquei em maio. Fiz trocas sensacionais pelo Skoob, ganhei livros no 5º Encontro de Blogs de Letras e, além de tudo o mais, tem também dois livros que comprei no Peru.

Vem que tem coisa boa!

http://youtu.be/SkeJVAutHvM
Tocou no vídeo: Le Théâtre des Poissons - Têtes Raides


POSTS RELACIONADOS:
Review: O corpo em que nasci, da Guadalupe Nettel
Livrarias por aí: Cusco, Peru


Esse mesmo dia também gravei um outro vídeo exclusivamente para mostrar o que comprei na minha viagem ao Peru. Pretendo postá-lo ainda esta semana, aguardem!


Livro + Filme: A Onda

Dennis Gansel 6 de junho de 2014 Aline T.K.M. 8 comentários

Meu primeiro contato com A Onda foi através do filme alemão, de 2008. Se posso dizer que algum filme já me deixou verdadeiramente boquiaberta, A Onda com certeza é esse filme.

A película foi baseada no livro homônimo, de 1981, do escritor juvenil Todd Strasser, que, por sua vez, foi inspirado num filme de Norman Lear – produzido para a televisão – também intitulado A Onda. E tudo isso aí foi baseado num acontecimento real, conhecido como Terceira Onda.

Na Califórnia de 1967, o professor Ron Jones criou um projeto com seus alunos que consistia em recriar o ambiente nazi-fascista alemão que precedeu a Segunda Guerra Mundial. O professor se colocou na posição do líder (o Hitler do grupo) e enraizava nos alunos conceitos bastante rígidos de disciplina, de pertencimento a uma comunidade, e da ação no sentido de vigiar e delatar quem desobedecesse às regras do grupo (nomeado Terceira Onda).

O “experimento” foi breve – durou apenas alguns dias –, mas foi suficiente para que saísse do controle do professor, uma vez que os alunos se revelaram facilmente manipuláveis, e muitos deles exageradamente devotados ao projeto.

Foi o próprio professor Ron Jones quem contou a história ao público através do conto The Third Wave, na segunda metade da década de 70. E foi este escrito que deu origem àquele primeiro filme que comentei acima, que originou o livro juvenil de Todd Strasser, que originou o filme – sensacional – de Dennis Gansel.

Não li o livro de Todd Strasser ainda, mas está numa daquelas minhas listinhas de pendências a serem cumpridas em algum momento da vida. Infelizmente nunca foi lançado no Brasil, mas é bem fácil encontrá-lo em inglês em várias lojas pela internet, inclusive em e-book. Dica valiosa.

LIVRO: The Wave, de Todd Strasser (também publicado sob o pseudônimo de Morton Rhue), não editado no Brasil


SINOPSE: Baseado em um incidente real ocorrido em uma classe de História na cidade de Palo Alto, Califórnia, em 1969, A Onda traz um professor que cria um movimento experimental visando mostrar aos alunos o poder de influência de Hitler e como as pessoas o seguiam em suas ideias. Os resultados são espantosos. Extremamente disciplinado e moldado segundo os princípios da Juventude Hitlerista, o grupo tem sua própria saudação, cântico, e sua própria maneira de agir como uma unidade, que acaba ultrapassando as paredes da sala de aula e da própria escola.

O que começara como um experimento de aula evolui rumo a uma pequena sociedade disposta a abdicar da própria liberdade e à obediência cega a seu líder. É preciso parar antes que seja tarde. Todos, sem exceção, aprenderão uma lição que jamais será esquecida.

FILME: A Onda (Die Welle, dirigido por Dennis Gansel, Alemanha, 2008)
http://youtu.be/ZbyCJEIRBaA


‘Cyrano de Bergerac’: de Edmond Rostand, clássico do teatro francês traz triângulo amoroso e protagonista feio

Clássicos 4 de junho de 2014 Aline T.K.M. 2 comentários

Cyrano de Bergerac

Escrito e montado pela primeira vez em 1897, este clássico do teatro francês foi baseado na vida do escritor Hector Savinien de Cyrano de Bergerac. Até os dias atuais a peça continua a ser encenada no mundo todo.

Paixão proibida, cartas e declarações de amor, guerra, triângulo amoroso. Todos esses elementos estão presentes na peça, cuja ação se passa em pleno século XVII – dois séculos antes de sua concepção. O diferencial fica por conta do protagonista: grande em feiura, Cyrano é maior ainda em generosidade, coragem (e petulância) e romantismo. E ainda é poeta. Seu invólucro horrendo – o imenso nariz é a marca do personagem – o impede de confessar seu amor pela bela Roxane, sua prima.

Ao tomar conhecimento de que o jovem Christian – bonito, porém sem habilidade com as palavras – também ama Roxane, Cyrano propõe unir-se a ele na conquista da mulher amada. Christian com a beleza; Cyrano com as belas palavras de amor.

A união tem êxito, Roxane acaba se apaixonando por Christian, tanto por sua beleza como também por seus cortejos e declarações de amor – que ela ignora pertencerem a Cyrano. Mas a guerra (dos Trinta Anos, entre França e Espanha) irá interferir no triângulo amoroso e trará consequências.

Escrita em rima e composta por cinco atos, a peça traz, além da história de amor, um tema bastante em alta nos dias atuais (poderíamos considerá-lo até mesmo atemporal), que é o conceito do belo e a influência da aparência na autoestima de uma pessoa.

Cyrano é feio, ponto. E apesar de sua grandeza de caráter, ele permite que sua falta de beleza interfira em seus atos. Ele não suporta estar diante da própria imagem no espelho e, se é corajoso no que se refere a batalhas e provocações (Cyrano é o símbolo do panache), nem sequer considera a possibilidade de declarar seu amor, pois a certeza da rejeição o assombra.

Às vezes um pouquinho maçante (por conta das rimas), a leitura se arrasta no início. Lá pela metade do livro, quando realmente as coisas começam a acontecer – a união de Cyrano e Christian, a guerra –, a trama envolve e ganha interesse genuíno.

O que mais marca, entretanto, são os personagens. Cada um deles é único e dotado da força e personalidade que apreciaríamos ver em toda trama que nos cai nas mãos. Apesar da previsibilidade da tragédia, o desfecho não deixa de surpreender e de fazer com que fechemos o livro admirando ainda mais o protagonista – e desejando, no íntimo, escrever uma nova trajetória para ele.

Clássico dos clássicos, e nem um pouco démodé. Seu brilho e essência continuam atuais e não é à toa que ainda é encenado com frequência mundo afora.

LI EM FRANCÊS



Leitura difícil devido ao conjunto rimas + vocabulário antigo.
Indicado para os falantes mais avançados (e com um dicionário sempre à mão).

Edição lida: Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, Pocket Classiques.
Onde comprar em francês: Amazon

LEIA PORQUE

Clássico francês com mensagem que continua bastante atual. Dica: assistam também à adaptação homônima de 1990, dirigida por Jean-Paul Rappeneau e com Gérard Depardieu – magistral – no papel de Cyrano. Legal para quem curte filme de época.


DA EXPERIÊNCIA

A leitura demorou um tiquinho para começar a fluir, mas a trama é envolvente e, uma vez que a coisa engatou, não consegui sossegar até terminar o livro.

FEZ PENSAR EM

Outras peças que li sem esperar grande coisa e que acabaram por me surpreender, como Escola de Mulheres (de Molière) e A Importância de ser Prudente (de Oscar Wilde).



Cyrano de Bergerac
EDIÇÃO JOSÉ OLYMPIO
Onde comprar: Amazon

Título/Título original: Cyrano de Bergerac
Autor(a): Edmond Rostand
Tradução: Ferreira Gullar
Editora: José Olympio (Record)
Edição: 2011
Ano da obra: 1897
Páginas: 264
Cyrano de Bergerac
EDIÇÃO MARTIN CLARET
Onde comprar: Amazon

Título/Título original: Cyrano de Bergerac
Autor(a): Edmond Rostand
Tradução: Regina C. de Oliveira
Editora: Martin Claret
Edição: 2009
Ano da obra: 1897
Páginas: 272

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